MEDIUNIDADE
E EVANGELHO.
CAPÍTULO
II.
CRENÇAS
POPULARES.
“Conquanto o Espiritismo
reconheça em muitas crenças populares um fundo de verdade, não aceita, de
nenhum modo, a solidariedade de todas as histórias fantásticas criadas pela
imaginação”. Cap. II – Primeira Parte – Item 14 – parágrafo 5º)
De fato, em quase todas as crenças
populares existem um fundo de verdade. Também neste sentido o Espiritismo
apareceu para os esclarecimentos que se fazem necessários, à luz da fé
raciocinada.
A lenda do lobisomem, pó exemplo, é
uma crença popular que tem atravessado séculos. Como e quando teria surgido?
Provavelmente, foi na Idade Média que esta crença, ao lado de tantas outras
superstições, ganhou força. Entretanto, segundo podemos nos informar na Vida
Espiritual, a lenda do lobisomem não passa de uma manifestação de licantropia.
Determinados Espíritos, sob hipnose de mentes mais poderosas ou mesmo pela ação
do próprio pensamento sobre o corpo espiritual, assumem formas animalescas com
o propósito de se tornarem mais aterrorizadores aos olhos de quem consiga
percebê-los pela vidência psíquica ou mesmo quando consigam uma materialização
total ou parcial de si mesmos.
Este tipo de crença popular, no
entanto, perde-se na noite dos tempos. A Bíblia fala que Satanás transformou-se
numa serpente para tentar Adão e Eva... Entre os egípcios e os hindus
acreditava-se que, por punição, o Espírito poderá voltar à Terra no corpo de um
animal. Pitágoras, o grande iniciado grego, apregoava o respeito para com os
cães, dizendo que deles poderia ser a reencarnação de um Espírito amigo...
Embora fruto de muitas
controvérsias, Jesus igualmente com a lincotropia. O episódio do obsidiado
gadareno, que vivia entre os túmulos de um cemitério, é muito significativo. Os
Espíritos que se autodenominavam “legião” pediram ao Mestre que os enviasse a
uma manada de porcos que pastava próxima... Não vamos discutir se na região
existiram ou não porcos.
Talvez não seja tão conhecido dos
espíritas o fato de que no cemitério de Sacramento, Minas Gerais, uma jovem
tomada de um Espírito “fuçava” o túmulo do grande missionário Eurípedes Barsanulfo,
revirando a terra e desferindo guinchos próprios do animal em questão. Trazido
a determinado grupo espírita de Uberaba em tarefas de desobsessão, depois de
longas e pacientes sessões, conseguiu-se que o Espírito começasse a falar como
um ser humano e se descondicionasse a nível de corpo espiritual. A jovem,
evidentemente, tratada sem sucesso pela medicina convencional, recuperou-se e
passou a viver uma vida normal.
Com o devido respeito que nos
merecem, a leitura de sorte através de cartas, o jogo de búzios, a bola de
cristal, a posição dos astros no firmamento e outros expedientes semelhantes,
resumem-se puramente um fenômeno mediúnico de intuição, dupla vista,
presciência... Medianeiros os temos em toda parte e em todas as condições.
Essa ambientação mágica e mística em
torno do fenômeno é completamente dispensável, em que pese a “sugestão” que
possa causar nas mentes ainda demasiado presas e rituais e fórmulas exteriores.
A doutrina Espírita desmistifica
todo tipo de relacionamento com o Invisível demonstrando que o intercâmbio pode
acontecer dentro de um clima de maior naturalidade possível.
Os Espíritos que se deixam atrair
por objetos e fórmulas bizarras de evocação, embora possam agir de boa vontade,
são Espíritos um tanto quanto vinculados às coisas do mundo material, como os
médiuns de que se servem e as pessoas afeitas ao imediatismo das coisas.
Porque propões a renovação íntima
como base da solução de todos os problemas, e a renovação íntima requer
disciplina, perseverança, renúncia, sacrifício e trabalho cotidiano, as pessoas, habituadas à lei do
menor esforço, preferem soluções mais rápidas e menos “onerosas” para os seus
problemas existenciais. É no que, infelizmente, a maioria se compraz e é este o
maior obstáculo para a vitória do evangelho nos corações.
Cabe ao Espiritismo explicar o
maravilhoso e o sobrenatural que, a bem da verdade, têm ensandecido muitas
mentes, mantendo-as acorrentadas a um estranho cativeiro espiritual, impedindo,
assim, os vôos mais altos do Espíritismo em busca de sua própria iluminação.
Fonte: Livro Mediunidade e Evangelho - Odilon
Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 6o.
Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP – Janeiro/2008..
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