VIDA
E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES.
28 º. Parte.
Bezerra de Menezes era incapaz de ofender quem quer que fosse, preferido sofrer
a fazer os outros sofrerem; suportava, individualmente, todos os doestos, todas
as críticas e comentários desfavoráveis à sua pessoa, e até insultos horríveis,
chegando a ponto de políticos despeitados, invejosos do seu prestígios no seio
das massas populares e também das elites, usarem de baixos expedientes, fazendo
publicar, em jornais inescrupulosos, desenhos nos quais apresentavam esse homem
de ilibada honestidade como um salteador de estradas!
Era preciso, para tanto, como nos ensina Roustang,
possuir, como ele possuía, “uma fé viva, ativa e produtiva, que não descoroçoa
com coisa alguma, que nada teme; um amor fecundo, que espalha por toda a terra
a semente santa e a force a dar bons frutos; e aqui está para nós a maior
dificuldade, estar de posse de uma abnegação completa, um absoluto esquecimento
das ofensas, uma caridade do coração e dos lábios, que não só perdoe, como
ainda esqueça que tenha havido ofensas”.
Essas verrinas da má imprensa, que as há em todas as
épocas, não conseguiam diminuir o apreço popular pela sua pessoa, e assim é que
vamos ver a numerosa colônia portuguesa de então, no desejo de homenageá-lo,
incumbir o famoso pintor Augusto Rodrigues Duarte de fazer o retrato, a óleo,
desse político impoluto, em tamanho natural. Essa magnífica tela, que figurava
na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, situada a Praça Floriano, deve continuar
a fazer parte da coleção pictórica da hoje assembléia do Estado da Guanabara.
Encontra-se, na moldura dessa tela, um cartão de prata em
que foram gravadas as seguintes palavras: - Tributo do maior respeito e
consideração que, em homenagem ao grande talento e honrado caráter do Dr. Adolfo
Bezerra de Menezes, consagram os súditos portugueses, residentes nesta Corte.
Rio de janeiro, 8 de dezembro de 1879.
Fonte: - Livro “VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES” - SILVIO BRITO SOARES – 4 ª. Edição – Editora
FEB. – Rio de Janeiro, RJ. – Agosto de 1978.
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