EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO XIII.
NÃO
SAIBA A VOSSA MÃO ESQUERDA O QUE FAZ A VOSSA MÃO DIREITA.
CONVIDAR
OS POBRES E OS ESTROPIADOS.
DAR
SEM ESPERAR RETRIBUIÇÃO.
8.
“Quando derdes um festim”, disse Jesus, “não convideis para ele os vossos
amigos, mas os pobres e os estropiados.” Estas palavras, absurdas se tomadas ao
pé da letra, são sublimes, se lhes buscarmos o espírito. Não é possível que
Jesus haja pretendido que, em vez de seus amigos, alguém reúna à sua mesa os
mendigos da rua. Sua linguagem
Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita era
quase sempre figurada e, para os homens incapazes de apanhar os delicados
matizes do pensamento, precisava servir-se de imagens fortes, que produzissem o
efeito de um colorido vivo. O âmago do seu pensamento se revela nesta
proposição: “E sereis ditosos por não terem eles meios de vo-lo retribuir.”
Quer dizer que não se deve fazer o bem tendo em vista uma retribuição, mas tão
só pelo prazer de o praticar. Usando de uma comparação vibrante, disse:
Convidai para os vossos festins os pobres, pois sabeis que eles nada vos podem
retribuir. Por festins deveis entender, não os repastos propriamente
ditos, mas a participação na abundância de que desfrutais.
Todavia, aquela advertência também pode ser aplicada em sentido
mais literal. Quantos não convidam para suas mesas apenas os que podem, como eles
dizem, fazer-lhes honra ou, a seu turno, convidá-los! Outros, ao contrário, encontram
satisfação em receber os parentes e amigos menos felizes. Ora, quem não os
conta entre os seus? Dessa forma, grande serviço, às vezes, se lhes presta, sem
que o pareça. Aqueles, sem irem recrutar os cegos e os estropiados, praticam a
máxima de Jesus, se o fazem por benevolência, sem ostentação, e sabem
dissimular o benefício, por meio de uma sincera cordialidade.
Fonte: O
Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec – Tradução Guillon Ribeiro – 131
a. Edição - Editora FEB – Rio de Janeiro, RJ – janeiro 2013.
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