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quarta-feira, 9 de maio de 2018

- POEMAS ESPÍRITAS. - PARNASO DE ALÉM TÚMULO. - SONETO. - HERMES FONTES. (CHICO XAVIER.)


                              SONETO

Sou, o lavrador que fez, rude e bisonho,
A sementeira luminosa e rara
Do trigo louro e rútilo do sonho...
– Sonho lindo que a nada se compara.

Não reparou o labor triste e enfadonho,
Regou, chorando, a terra que lavrara;
E de alma ingênua e coração risonho,
Esperou confiante o sol da seara.

Passados os trabalhos e os tormentos,
Quando aguardava a messe, jubiloso,
Numa grande esperança insatisfeita,

Eis que aparecem os arrasamentos,
E o pobre, desgraçado e desditoso,
Perdeu tudo no instante da colheita.

Hermes Fontes

SERGIPANO, nasceu na Vila de Boquim, em 1888, e suicidou- se no Rio de Janeiro aos 26 de dezembro de 1930. Poeta de grande relevo emocional, deixou firmada sua personalidade literária, tendo publicado Apoteoses, Gênese, Lâmpada Velada e Fonte da Mata, seu último livro.

            Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO - AUTORES DIVERSOS. - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.

                                   RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

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