Sou,
o lavrador que fez, rude e bisonho,
A
sementeira luminosa e rara
Do
trigo louro e rútilo do sonho...
–
Sonho lindo que a nada se compara.
Não
reparou o labor triste e enfadonho,
Regou,
chorando, a terra que lavrara;
E
de alma ingênua e coração risonho,
Esperou
confiante o sol da seara.
Passados
os trabalhos e os tormentos,
Quando
aguardava a messe, jubiloso,
Numa
grande esperança insatisfeita,
Eis
que aparecem os arrasamentos,
E
o pobre, desgraçado e desditoso,
Perdeu
tudo no instante da colheita.
Hermes Fontes
SERGIPANO, nasceu na Vila de Boquim, em 1888, e
suicidou- se no Rio de Janeiro aos 26 de dezembro de 1930. Poeta de grande
relevo emocional, deixou firmada sua personalidade literária, tendo publicado
Apoteoses, Gênese, Lâmpada Velada e Fonte da Mata, seu último livro.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO -
AUTORES DIVERSOS. - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
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