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terça-feira, 17 de abril de 2018

- ROTEIRO DE INICIAÇÃO AO ESTUDO DO ESPIRITISMO. - AULA N º. 17. - MÉDIUM E MEDIUNIDADE. - ANEXO N º. 237. - CULTURA DO MÉDIUM.. - MIRAMEZ. (JOÃO NUNES MAIA.)



          SEGURANÇA MEDIÚNICA.
               
        CULTURA DO MÉDIUM.

A mediunidade requer estudo, não foge à regra que se aplica às outras coisas, como a ciência, a filosofia e mesmo o conhecimento da religião. A cultura é indispensável, em todos os ramos do saber.
Como se aprimorar sem conhecer? É, pois, um contra-senso achar que a nossa consciência profunda basta, por si só. Mesmo que exista nela tudo, escrito pela mão de Deus; mesmo que as leis ali se encontrem, com todas as suas ramificações, vibrando nas suas íntimas particularidades, em nenhum de nós poderá faltar o esforço próprio, na busca do conhecimento e do aprofundamento nas leis universais do Criador.
Se o que vem de dentro se faz presente para a realidade externa, o que existe fora desperta o que se encontra por dentro. A mediunidade depende muito da cultura, é claro, sem, no entanto, escravizar-se a ela. A cultura ativa o Espírito, tornando-o capaz de compreender todas as coisas sem o estrago da arrogância ou do egoísmo.
O médium deve ser dado à leitura, assim como tem necessidade do alimento, todos os dias. Quando ouvimos, da parte de um deles, dizer que lhe falta tempo para leituras, é mau sinal, é sinal de que as suas companhias são da mesma opinião.
Notam-se no Brasil inúmeros centros espíritas, e também no mundo todo, carentes de instrução. Fazem-se reuniões sem se saber como fazê-las, e os benfeitores ficam lutando com inúmeras dificuldades para transmitir suas mensagens, pela falta de capacidade dos seus instrumentos. Os canais, estando sujos pela ignorância, terão a água que passa por eles contaminadas pela mesma imundície.
Não podes reclamar da falta de livros e nem da falta de quem se disponha a expor as lições. A literatura mediúnica é sobremaneira grandiosa, mostrando-nos os valores dessa filosofia que revive o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tudo está sendo feito pelos luminares da eternidade; falta a parte dos homens, para se ajustarem nos desempenhos dos anjos, aprenderem a viver, a pensar e a falar do bem, a falar e escrever sobre o amor, e a exemplificar essas verdades imortais, que o coração pode sentir, pelas bênçãos de Deus.
As reuniões de caráter leviano, comumente, estão sempre cheias, e quando se reúnem para o estudo sério, para um aprendizado mais concreto, são poucos os que ali se congregam, quando deveria ser o contrário.
É de se notar que uma pessoa pede vários conselhos, às vezes, em uma mesa de reunião, esquecendo-se de que cada página de um livro constitui, no mínimo, uma orientação das melhores. Isto prova que tal pessoa não está lendo, esquece o condicionamento da boa leitura. Os momentos que deveriam ser dedicados à leitura são trocados por coisas quase inúteis à sua evolução, por apegar-se ao desculpismo, já que o tempo é escasso.
A nossa educação fica muito cara. A natureza usa de meios drásticos para nos ensinar, por não encontrar outros, mais favoráveis e mais brandos. A misericórdia, para muitos, se
desgasta; e toma lugar a justiça, quefaz lembrar os tempos de Moisés, em virtude da dureza dos corações. A mediunidade é um dom que se beneficia com o progresso e o medianeiro deve fazer a sua parte, com prudência e esmero. Tudo, bem feito, tem a marca da harmonia, que agrada a quem vê e sensibiliza a quem sente.
A cultura espiritualista não quer dizer cultura de universidade. Quando as duas se unem na mesma dimensão, é muito agradável. No entanto, se a vida te dificultou os conhecimentos do mundo, procura entender as leis espirituais, disseminadas, desde a ação do vírus, até os movimentos dos astros, e, destes, ao turbilhão cinético do ninho cósmico da criação de Deus.
Já vivemos dentro de uma grande escola universal. Basta que tenhamos empenho e boa vontade, para aprendermos as lições. Sentimo-nos mais à vontade para trabalhar junto aos homens de maturidade; e não com os homens de letras que se esqueceram do amor e que nem pensam no benefício da caridade.
Não é do nosso feitio fazer da literatura espírita uma ficção, mas apenas ser copista da realidade universal, porque tudo o que escrevemos e falamos já existe, desde a formação dos mundos. São leis imutáveis, na eternidade do tempo e na infinidade do espaço, e é bom que todos saibam que apenas descortinamos o que já se conhecia. Quando se diz que somente a verdade liberta, qual a responsabilidade decorrente de falarmos o que não é a verdade? O nosso interesse é conduzir a alma aos primeiros degraus da escada, mas ela mesma é quem deve dar o primeiro passo e continuar a subir, num trabalho individual, que só depende de Deus e de quem se propõe a ascender. Allan Kardec não se esqueceu de dialogar com os Espíritos, do que resultou esta frase: "Amar e instruir". Tal frase não deve ser esquecida por todos os homens, principalmente espíritas e médiuns.
A mediunidade pode desaparecer, quando o médium não se sentir à vontade no campo valioso da reforma dos homens e do bem da coletividade. Quem ingressar na seara da Doutrina Espírita, procurando fugir dos acertos morais e da cultura espiritual, sem perceber, irá ficando às margens do caminho que, por vezes, os outros percorrem com facilidade. Não custa nada. Ao contrário: é de bom proveito, nas horas de descanso, dedicar-se à boa leitura. Ela traz a alma para um clima de tranqüilidade, que corresponde às necessidades de paz do coração. A verdade é de caráter tranqüilizante, desde que não despertemos prematuramente o que ainda dorme. A mediunidade vem sendo aprimorada, para o bem da humanidade. Quem a utiliza contrariamente, responderá pelos desastres cometidos. Os explosivos foram idealizados para facilitar a construção de estradas, pontes, casas e outras coisas úteis. Quem os usar para a morte, responderá pelo que faz. Eis que esta é a lei de justiça, que funciona em toda a casa de Deus.
Estamos querendo atingir a intimidade dos médiuns em exercício. Que eles compreendam e usem seus valores, na área que possam atingir. As instruções são muitas, ao alcance de todos, e pedimos que não percam tempo em demandas, que não parem para críticas improfícuas e que não esmoreçam com os problemas do caminho.
Que se lembrem do que o Mestre nos disse: " Aquele que perseverar até o fim, será salvo". Persevera na limpidez da educação e, nesse esforço permanente, pelas vias da sabedoria, estarás dentro da cultura de que carece um bom médium.

            Livro: “SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado por João Nunes Maia, - 12 ª edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG, - 1998..

                        RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

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