EVANGELHO SEGUNDO
O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO XII.
AMAI OS VOSSOS INIMIGOS.
OS INIMIGOS DESENCARNADOS.
6.
Pode-se, portanto, contar inimigos assim entre os encarnados, como entre os
desencarnados. Os inimigos do mundo invisível manifestam sua malevolência pelas
obsessões e subjugações com que tanta gente se vê a braços e que representam um
gênero de provações, as quais, como as outras, concorrem para o adiantamento do
ser, que, por isso, as deve receber com resignação e como consequência da
natureza inferior do globo terrestre. Se não houvesse homens maus na Terra, não
haveria Espíritos maus ao seu derredor. Se, conseguintemente, se deve usar de
benevolência com os inimigos encarnados, do mesmo modo se deve proceder com relação
aos que se acham desencarnados.
Outrora, sacrificavam-se vítimas sangrentas para aplacar os deuses
infernais, que não eram senão os maus Espíritos. Aos deuses infernais sucederam
os demônios, que são a mesma coisa. O Espiritismo demonstra que esses demônios
mais não são do que as almas dos homens perversos, que ainda se não despojaram
dos instintos materiais; que ninguém
logra aplacá-los, senão mediante o sacrifício do ódio existente, isto é, pela caridade;
que esta não tem por efeito, unicamente, impedi-los de praticar o mal, e sim
também o de os reconduzir ao caminho do bem e de contribuir para a salvação
deles. É assim que o mandamento: Amai
os vossos inimigos não se circunscreve ao âmbito acanhado da Terra e da
vida presente; antes, faz parte da grande lei da solidariedade e da
fraternidade universais. Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe
também a outra.
Fonte: O
Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec – Tradução Guillon Ribeiro – 131
a. Edição - Editora FEB – Rio de Janeiro, RJ – janeiro 2013.
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