CHICO XAVIER POR ELE
MESMO.
UMA
VIDA COM AMOR XXVIII.
MISSÃO
CUMPRIDA I.
UBIRATAN
MACHADO.
Ninguém escapa dos desgastes do corpo. Assim aconteceu com
France, assim ocorre com Chico Xavier. A medida que o médium foi avançando na
estrada da vida, foram surgindo os males. Quanto mais quilometragem, mais
doenças. Pequenas e grandes, contornáveis e irremediáveis. Todas suportadas com
admirável estoicismo. Como o progresso lento da moléstia dos olhos, iniciada
mais ou menos em 1931, e que o deixou praticamente cego.
Naquela época, Chico julgava que seria salvo milagrosamente,
mediante uma intervenção cinematográfica dos espíritos. Ledo engano. Emmanuel
advertiu-o para as inevitáveis imperfeições do corpo, e recomendou-lhe que não
menosprezasse a medicina, que “está no mundo m nome da Divina providência”.
O médium conformou-se. Conta-se que Zé Arigó, lá pelos idos
dos anos 60, quando se achava no auge, ofereceu-se para operá-lo a vista. Chico
teria se esquivado, delicadamente. Verdade ou não, o fato é que Chico, hoje
está praticamente cego do olho esquerdo – sujeito a constantes sangramentos – e
com apenas 50 % de visão na vista direita. Mas o médium acha que todo esse
sofrimento lhe fora benéfico.
“Transcorridos tanos anos daquele diálogo com Emmanuel,
agradeço ao Senhor a bendita doença que carrego nos olhos, sempre tratada por
médicos amigos e por Amigos Espirituais, pois ela tem sido em todo esse tempo
um agente providencial, induzindo-me à reflexão e ensinando-me a respeitar os
sofrimentos dos outros.”
A doença dos olhos, porém, é apenas um capítulo de um quadro
mais amplo. Em 1976, Chico sofreu a primeira crise de angina no peito. A última
ocorreu em março de 1983. Já teve dois enfartes. A insuficiência coronariana
lhe produz dores fortíssimas no peito. Ao menor esforço visual, Vê-se obrigado
a repousar os olhos num quarto escuro. Ingere 12 medicamentos diários. E a cada
15 dias viaja para São Paulo, a fim de submeter-se a um tratamento de
acupuntura. Apesar de todos os pesares, continua trabalhando.
“É o melhor paciente do mundo. Quando precisa desobedecer, me
pede licença”, depõe o Médico Eurípides Vieira, que o assiste.
O trabalho apenas deixou de ser intenso, como era, por
exemplo, em 1961. Conta-se que naquele ano, faleceu num hospital de São Paulo
um jovem operado de úlcera. O rapaz, Anélio Gilbertoni, saíra de sua cidade,
Taquaritinga, no interior paulista, especialmente para ser operado na capital.
Diante do resultado desastroso da operação, falou-se muito
da imperícia do operador. A noiva do rapaz, Marina, foi uma das pessoas que
defenderam essa tese com maior ardor. Afinal, dizia, Anélio era m rapaz tão
forte...
Três meses após a operação, Marina, que morava em Poços de
Caldas, Minas Gerais, decidiu pedir um conselho a Chico Xavier. Sentia-se
arrasada, sem forças para continar vivendo, incapaz de livrar-se da imagem do
noivo.
Chegada em Uberaba, dirigiu-se à Rua Eurípedes Barsanulfo.
Após longa espera na fila, conseguiu afinal, aproximar-se do médim. Eram quase
11 horas da noite. E, para seu espanto, no final da reunião, recebeu das mãos
de Chico uma mensagem, reproduzida pela a imprensa à époce.
Nela, Anélio lembrava certos fatos íntimos de que só eles
sabiam e inocentava o médico que o operara.
Casos como esse aconteceram aos milhares com Chico. Estão
documentados em dezenas de livros, sacralizados pela assinatura das pessoas que
o viveram. E todos sabem a certeza com que ele diz o nome de pessoas qe nunca
havia visto antes. Já vimos o ocorrido com David Nasser e Jean Manzon. A
respeito desse dom, o escritor Ramiro Gama (Lindos Casos de Chico Xavier) conta
o seguinte:
“Certa vez, fomos em visita a um casal amigo, Lauro e Dayse
Pastor Almeida. Ambos são admiradores sinceros de Chico Xavier e conhecem
muitos casos do médium. Por isso resolvemos visitá-los. E Dona Dayse contou qe
a primeira vez que viu Chico pessoalmente foi durante a Semana do Livro
Espírita em Belo Horizonte.”
Ela
e Lauro estavam parados, conversando, quando o médium se aproximou deles e,
numa atitude simples e fraterna, perguntou: “Como vai, Dona Dayse? Ela ainda
lhe corrigiu delicadamente a pronuncia, pois ele aportuguesara, dizendo Daise
em vez de Deise. Com toda a polidez, ele se justificou: “É que estou lendo seu
nome como ele é escrito.”
Caso mais impressionante aconteceu com João Guignone,
presidente da Federação Espírita do Paraná. Concluída a sessão, João entrou na
fila, a fim de cumprimentar e abraçar Chico. Qual não foi sua surpresa quando,
ao chegar junto do médium, este lhe disse:
“Sabe quem está ao
seu lado, bastante emocionada e querendo abraça-lo? Sua mãe!”
Ao sair dali, João Guignone comentou com um amigo:
“Veja só o Chico não está regulando bem. Minha mãe esta viva
em Curitiba.”
Assim que chegou ao hotel, porém, recebem um telefonema
interurbano. Era do Paraná e lhe anunciava a morte de sua mãe.
Os fatos são irrespondíveis.
Mas as explicações variam muito. Elas vão desde a tese
espírita, que reconhece o dom mediúnico de ver e dialogar com os mortos, até de
alguns psicanalistas mais radicais, que negam simplesmente tais fenômenos,
considerando-os perigosa e doentia ilusão dos sentidos.
A moderna parapsicologia, no entanto, interessa-se cada vez
mais pelos fenômenos insólitos e pelos médiuns. A transmissão de pensamentos,
por exemplo é unanimemene aceita por parapsicólogos de todas as correntes. Esse
dom começa a interessar até as técnicas de espionagem. Na União Soviética, há
espiões que recebem treinamento especial para desenvolver seus dons
paranormais. A ficção científica, que se projeta no futuro, está cheia de
superdetetives capazes de captar o pensamento alheio. Citamos tais fatos apenas
para mostrar que o impossível, a manifestação diabólica de uma época , será o
normal tempos depois. Durante anos o hipnotismo foi condenado pela Igreja,
considerado manifestação diabólica. Hoje, é verdade cientifica irrefutável.
Mas Chico não hipnotiza e nem faz espionagem. Seus dotes
paranormais, no entanto, ultrapassam em muitos os conhecimentos atuais da
parapsicologia. Foi por tudo isso, para acender uma luzinha neste mistério,
que, em 1978, a NASA mandou um cientista a Uberaba. Durante seis dias, o
engenheiro-pesqisador Paul Hild estudou a mediunidade de Chico. Como bom
americano, Hild trouxe uma sofisticadíssima aparelhagem eletrônica e câmeras de
circuito interno. Sabemos que as nossas impressões são subjetivas e enganam.
Mas as máqinas, pelo contrário, nunca se deixam iludir. E os resultados
preliminares, fornecidos pela eficácia fria da máquinas, deixaram o cientista
americano desconcertado.
O que pensaria, então, Paul Hild se Chico lhe contasse o
caso do espírito atirador?
“Certo dia, eu estava trabalhando com um colega, no
escritório da seção do Ministério da Agricultura. De repente, percebi a chegada
de dois espíritos perturbados. Fazia algum tempo que ambos vinham me fazendo
ameaças. Daquela vez, porém, um deles estava armado com um revólver. Ele
começou a me dirigir desaforos, dizendo que ia me matar. Meu colega de trabalho
não viu e nem ouvia nada. Acontece que o tal espírito atirou mesmo. Desviei o
corpo e a bala raspou o meu ombro. Ao me ver empalidecer e cair, meu colega
correu para ajudar-me, partindo em seguida em bsca de socorro médico”.
Fonte: - “CHICO XAVIER Por Ele
Mesmo. – Autores Diversos, - 1 ª. edição, - Editora Martin Claret Ltda, - São
Paulo, SP, - Outubro de 1994.
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