Reunião pública de 21/10/1960 - Questão nº 220 Parágrafo -3º
No que se refere aos médiuns abandonados a si próprios, imaginemos
vontade nos instrumentos de que se vale o homem na sustentação do progresso.
*
A caneta nobre que se negasse a escrever, com medo de errar,
terminaria, decerto, numa carroça de lixo, preterida por algum lápis humilde
que prestasse concurso de boa vontade.
O automóvel distinto que desertasse do trabalho, com a desculpa de
Preservar se contra a lama e a poeira, perderia o devotamento do motorista e
seria desarticulado por mãos estranhas.
O piano que Intentasse desfigurar acordes e melodias afastaria a
atenção do musicista, acabando disfarçado em prateleira obscura. O martelo que
se impusesse ao operário, revelando o propósito de menos prezar-lhe a cabeça,
seria naturalmente largado à própria sorte, para cair talvez sob o domínio de
algum criminoso vulgar.
*
Mediunidade é talento divino para edificar o consolo e a instrução
entre os homens.
Os Espíritos benevolentes e sábios convidam as criaturas para
colaborarem com eles na obra de esclarecimento e elevação da Humanidade.
Os medianeiros que aderem, renascem no mundo com os
característicos da instrumentação ideal.
Algumas vezes, no entanto, em plenitude das forças físicas, os
tarefeiros do intercâmbio, enganados por transitórias facilidades materiais,
recusam-se-ao compromisso assumido.
Instados pelos instrutores da Vida Maior, durante muito tempo,
para que se desincumbam dos seus mandatos, afirmam-se com receio da humilhação
e da critica, ou exploram situações, sequiosos de luxo e poder. Os benfeitores
espirituais, por fim, renunciam à insistência construtiva, deixando-os entregues
a si mesmos.
Então, semelhantes criaturas, que renasceram no corpo terrestre
para a função da mediunidade, continuam médiuns, mas só a Lei de Deus sabe
como.
Livro: “SEARA DOS MÉDIUNS”, - Emmanuel, - Psicografado
por Francisco Cândido Xavier, - 12 ª edição, - Editora F E B, - Rio de Janeiro,
RJ, - Abril de 2000.
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