DISCERNIMENTO.
Encarecendo a prática do bem por base da cooperação com os
instrutores desencarnados, no campo mediúnico, não será lícito esquecer o
imperativo da educação.
Não somente ajudar, mas também discernir.
Não apenas derramar sentimentos como quem faz do peito cofre
aberto, atirando preciosidades a esmo, mas articular raciocínios, aprendendo
que a cabeça não é simples ornamento do corpo.
Coração e cérebro, sintonizados na criatura, assemelham-se de
algum modo ao pêndulo e ao mostrador no relógio. O coração, à maneira do
pêndulo, marca as pulsações da vida; entretanto, o cérebro, simbolizando o
mostrador, estabelece as Indicações. No trabalho em que se conjugam, um não vai
sem o outro.
*
Tornemos ao domínio da imagem, para clareza do assunto.
Operário relapso não encontra chefe nobre.
Escrevente inculto não se laureia em provas de competência.
Enfermeiro bisonho complica a assistência médica.
Aluno vadio é problema para o professor.
Na mediunidade, quanto em qualquer outro gênero de serviço, é indispensável
que o colaborador se interesse pela melhoria dos próprios conhecimentos, a fim
de valorizar o amparo que o valoriza.
*
Tarefa mediúnica sustentada através do tempo não brota da
personalidade.
Exige burilamento, disciplina, renunciação e suor.
A educação confere discernimento. E o discernimento é a luz que
nos ensina a fazer bem todo o bem que precisamos fazer.
É por isso que Jesus avisou no Evangelho: “Brilhe a vossa luz
diante dos homens para que os homens vejam as vossas boas obras.” É ainda pela
mesma razão que o Espírito da Verdade recomendou a Allan Kardec gravasse na
Codificação do Espiritismo a inolvidável advertência: “Espíritas, amai-vos! —
eis o primeiro ensino. Instrui-vos! — eis o segundo.”
Livro: “SEARA DOS MÉDIUNS”, - Emmanuel, - Psicografado
por Francisco Cândido Xavier, - 12 ª edição, - Editora F E B, - Rio de Janeiro,
RJ, - Abril de 2000.
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