Ercole Chiaia
1840 - 1905
O Dr. Ercole Chiaia, que faleceu em 1905,
era também um devotado trabalhador e propagandista, a quem muitos homens
notáveis da Europa devem seus primeiros conhecimentos sobre fenômenos
psíquicos. Entre outros citam-se Lombroso, o Professor Bianchi, da Universidade
de Nápoles, Schiaparelli, Fournoy, o Professor Porro, da Universidade de Gênova
e o Coronel de Rochas. Dele escreveu Lombroso:
"Tendes razão para venerar
profundamente a memória de Ercole Chiaia. Num país onde há tamanho horror ao
que é novo, é necessária uma grande coragem e uma nobre alma para se tornar
apóstolo de uma teoria que defronta o ridículo; e o fazer com aquela
tenacidade, aquela energia que sempre caracterizaram Chiaia. É a ele que muitos
devem - inclusive eu - o privilégio de ver um mundo novo, aberto à investigação
psíquica - e isto pelo único meio que existe para convencer homens de cultura,
isto é, pela observação direta."
Sardou, Richet e Morselli renderam tributo
ao trabalho de Chiaia ("Annais of Psychical Science", Vol. II (1905),
págs.261-262.)
Chiaia fêz um importante trabalho
orientando Lombroso, o eminente alienista, na investigação do assunto. Depois
de suas primeiras experiências com Eusapia Palladino, em março de 1891,
escreveu Lombroso:"Sinto-me bastante envergonhado e pesaroso por me haver
oposto com tanta tenacidade à possibilidade dos chamados fatos espíritas."
Inicialmente apenas aceitava os fatos e se
opunha à teoria a eles associada. Mas já essa aceitação parcial causou sensação
na Itália em todo o mundo. Aksakof escreveu ao Dr. Chiaia: "Glória a
lombroso por suas nobres palavras! Glória a você, por sua dedicação!"
O professor Chiaia, de Nápoles, também
obteve materializações de espíritos por meio da médium Eusápia Paladino. Não
satisfeito de fotografar Espíritos, quis conservar uma lembrança ainda mais
comprobativa: a própria forma da aparição. Para isso, imaginou a disposição
seguinte: Tomando um prato cheio de farinha, pediu que o Espírito aí imprimisse
o seu rosto, a sua mão: o resultado foi conseguido, mas um tanto confuso por
causa da friabilidade da substância empregada. Então, teve ele a idéia de
utilizar-se da argila dos escultores, e perguntou se o Espírito poderia alí
moldar uma cabeça. A vista da resposta afirmativa, a argila foi posta numa mesa
coberta com um véu. A sala achava-se em obscuridade quase completa; mas, as
cinco pessoas que assistiam à experiência seguraram às mãos uma às outras e,
por acréscimo de prudência, tocaram também mutuamente os pés. Assinalando o
Espírito a sua presença, pediu-se-lhe que produzisse o efeito desejado, no que
ele consentiu, e, depois de três minutos, declarou que estava terminado.
Abriram-se as janelas e viu-se, então, a
massa de argila cavada ou, melhor, comprimida e prestes a receber gesso. A moldagem
apresentou uma bela cabeça de homem sem barba, com expressão de grande
melancolia. Um escultor, a quem a mostraram, declarou que lhe seria preciso um
dia de trabalho para reproduzir em relevo tal obra. A figura estava coberta por
um véu, cujas malhas se viam distintamente no gesso e que tinham grande
analogia com um tecido de fio. Não correspondia a nenhuma das fazendas que se
achavam, então, na sala ou que algumas das pessoas presentes trouxessem em seu
vestuário.
Essas experiências reproduziram-se muitas
vezes e a modulagem deu sempre resultado análogo ao pedido feito, com maior ou
menor grau de exatidão e nitidez. Pedia-se ora a frente ou o perfil de um
rosto, ora a mão de um homem ou de uma criança, e, em quase todas as vezes,
isso foi satisfeito. (Ver "Revue Spirite", ano de 1887).
Fonte: OS GRANDES GIGANTES DA DOUTRINA ESPÍRITA. –
INTERNET.
RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)
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