O LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA
PARTE.
CAPÍTULO
V.
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS.
FENÔMENOS
DE TRANSPORTE.
99.
Continuação... Este fenômeno oferece uma particularidade bastante singular, e é
que certos médiuns não obtém senão no estado sonambúlico, e isso se explica
facilmente. Há, no sonambulismo, um desprendimento natural, uma espécie de
isolamento do Espírito e do perispírito, que deve facilitar a combinação dos
fluidos necessários. Tal é o caso dos transportes, dos quais fomos testemunha.
As questões seguintes foram endereçadas ao Espírito que os havia produzido, mas
suas respostas, por vezes, de sua insuficiência; nós as submetemos ao Espírito
Erasto, muito mais esclarecido do ponto de vista teórico, e que as completou
com observações muito judiciosas. Um é o artesão, o outro o sábio, e a própria
comparação dessas duas inteligências é um estudo instrutivo, porque prova que
não basta ser Espírito para tudo compreender.
11. A produção do
fenômeno de transporte, causa-vos alguma dificuldade, um embaraço qualquer?
Não nos causa nenhuma dificuldade quando para isso temos
permissão; poderia causar-nos, e muito grande, se quiséssemos produzir estes
efeitos sem estarmos para isso autorizados.
Nota de Erasto. Não quer admitir sua dificuldade, embora
seja real, uma vez que está forçado a fazer uma operação, por assim dizer,
material.
12. Quais são as dificuldades que encontrais?
Nenhuma outra a não ser as más disposições fluídicas que
podem nos ser contrárias.
13. Como
transportais o objeto; os prendeis com as mãos?
Não, nós o envolvemos em nós.
Nota de Erasto. Ele não explica claramente sua operação,
porque não envolve o objeto com sua própria personalidade; mas, como seu fluido
pessoal é dilatável, penetrável e expansível, combina uma parte desse fluido
com uma parte do fluido animalizado do médium, e é nessa combinação que ele esconde
e transporá o objeto motivo do transporte. Não é, pois, justo dizer que o
envolve nele.
14. Transportaríeis
com a mesma facilidade um objeto de um peso considerável, de 50 quilos, por
exemplo?
O peso não é nada para nós; transportamos flores porque
isso pode ser mais agradável do que um peso volumoso.
Nota de Erasto. É justo: pode transportar cem ou duzentos
quilos de objetos, porque a gravidade que existe para vós, está anulada para
ele; mas, ainda aqui, não se rende contado que se passa. A massa dos fluidos
combinados é proporcional à massa dos objetos, em uma palavra, a força deve
estar em razão da resistência; de onde se segue que, se o Espírito não
transporta senão uma flor ou um objetoleve, freqüentemente, é porque não
encontra no médium, ou nele mesmo, os elementos necessários para um esforço
mais considerável.
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do
Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
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