EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO V.
BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS.
SE FOSSE UM HOMEM DE BEM TERIA MORRIDO.
Féneleon – Sens, 1861
22. Dizeis, muitas vezes, referindo-se a um homem mau que esacapa de um perigo: Se fosse um homem bom teria morrido. Pois bem, ao dizer isso podeis até estar com a verdade. Muitas vezes, Deus dá efetivamente a um Espírito, ainda jovem nos caminhos do progresso, uma prova mais longa do que a um homem bom, o qual poderá receber, como recompensa de seu mérito, o favor de uma prova tão curta quanto possível. De qualquer forma, quando dizeis: Se fosse um homem de bem, teria morrido, estais cometendo uma ofensa.
Se um homem de bem morre e se o vizinho da casa ao lado é um malvado, dizeis: Seria melhor que este se fosse. Acontece que estais julgando erroneamente, pois aquele que parte acabou sua tarefa, e aquele que fica talvez nem ateria começado. Por que gostaríeis, então, que o mau não tivesse tempo de terminá-la e que o outro ficasse ligado à gleba terrena? Que direis de um prisioneiro que, tendo cumprido o tempo de sua pena, permanecesse na prisão e fosse dada a liberdade a um outro que não tivesse esse direito? Sabei, pois, que a verdadeira liberdade está na libertação dos laços corporais, e, enquanto estiverdes na Terra, estareis em cativeiro.
Habituai-vos a não julgar aquilo que não podeis compreender e acreditai que Deus é justo em todas coisas. Muitas vezes o que vos parece um mal é um bem; mas vossas capacidade são tão limitas que o conjunto do grande todo escapa aos vossos rudes sentidos. Esforçai-vos para deixar, pelo pensamento, vossa mesquinha visão, e, à medida que vos elevardes, a importância da vida material diminuirá aos vossos olhos e apenas vos parecerá um incidente, na duração infinita da vossa existência espiritual, a única existência verdadeira.
Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - 3a. Edição - Editora Petit - São Paulo, SP - 2000.
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