O LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA
PARTE.
CAPÍTULO
V.
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS.
FENÔMENOS
DE TRANSPORTE.
99.
Continuação... Este fenômeno oferece uma particularidade bastante singular, e é
que certos médiuns não obtém senão no estado sonambúlico, e isso se explica
facilmente. Há, no sonambulismo, um desprendimento natural, uma espécie de
isolamento do Espírito e do perispírito, que deve facilitar a combinação dos
fluidos necessários. Tal é o caso dos transportes, dos quais fomos testemunha.
As questões seguintes foram endereçadas ao Espírito que os havia produzido, mas
suas respostas, por vezes, de sua insuficiência; nós as submetemos ao Espírito
Erasto, muito mais esclarecido do ponto de vista teórico, e que as completou
com observações muito judiciosas. Um é o artesão, o outro o sábio, e a própria
comparação dessas duas inteligências é um estudo instrutivo, porque prova que
não basta ser Espírito para tudo compreender.
18. Como
introduzistes esses objetos, outro dia, pois o quarto estava fechado?
Fi-los
entrarem comigo, envolvidos, por assim dizer, na minha substância;quanto a vos
dizer mais, isso não é explicável.
19. Como fizestes
para tornar visíveis esses objetos que estavam invisíveis um instante antes?
Retirei a matéria que os envolvia.
Nota de Erasto. Não é a matéria, propriamente dita, que
os envolve, mas um fluido tomado metade do perispírito do médium, metade do
Espírito que opera.
20. (A Erasto). Um
objeto pode ser transportado num lugar perfeitamente fechado, em uma palavra, O
Espírito pode espiritualizar um objeto material, de maneira que possa penetrar
a matéria?
Esta questão é complexa. Para os objetos transportados, o
Espírito pode torná-los invisíveis, mas não penetráveis; não pode romper a
agregação da matéria, o que seria a destruição do objeto. Tornando invisível
esse objeto, pode transportá-lo quando quiser, e não apartar-se dele senão no
momento conveniente para fazê-lo aparecer. Ocorre de outra forma para aqueles
que nós o compomos; como não introduzimos senão os elementos da matéria e como
esses elementos são essencialmente penetráveis; e como penetramos, nós mesmos,
e atravessamos os corpos mais condensados, com tanta facilidade como os raios
solares atravessamos as vidraças, podemos perfeitamente dizer que introduzimos
o objeto num lugar, por mais fechado que seja; mas é somente neste caso.
Nota. Veja-se, adiante, para a teoria da formação
espontânea dos objetos, o capítulo intitulado: Laboratório do mundo invisível.
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do
Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
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