MEDIUNIDADE E EVANGELHO.
REUNIÕES SÉRIAS.
“Todo médium que deseja sinceramente não ser joguete da mentira deve, pois, procurar trabalhar em reuniões sérias. (...)” (Cap. XXIX – Segunda Parte – item 329.
Não existem reuniões sérias sem dirigentes sérios e, conseqüentemente, sem participantes sérios.
Não estamos nos àquela seriedade carrancuda, porque seriedade não é banir a alegria do coração, afivelando dura máscara na face.
Seriedade nas reuniões espírita é sinônimo de responsabilidade, de disciplina e de devotamento.
Não somos a favor da formalidade inflexível nas reuniões mediúnicas, formalidade que, não raro, se contrapões ao espírito de fraternidade e de tolerância que nelas deve imperar; entretanto, a pretexto de compreensão evangélica, as reuniões não podem descambar para a espontaneidade exagera, comprometendo o rendimento.
Por exemplo: uma reunião deve ter horário para começar e para terminar; vez ou outra, porém, é admissível um pequeno atraso nos horários estabelecidos. É natural que um médium, às vezes, tenha que faltar por ela, para uma viagem de férias com a família, por exemplo. Mas ausentar-se sempre é demonstrar falta de interesse e de convicção.
Toda espécie de trabalho, para produzir os melhores frutos, carece de disciplina e abnegação.
Os Espíritos sérios não participam de reuniões que não sejam sérias,deixando-as entregues aos Espíritos desocupados.
Reunião séria é uma reunião em que se deve evitar improvisação de local, de dia e de horário, porque os Espíritos sérios necessitam de programar-se com antecedência para dar a elas a cobertura espiritual indispensável.
À vezes, por puro convencimento, determinados médiuns se julgam tão íntimos dos Espíritos que os imaginam sempre a sua disposição, como se eles não tivessem mais o que fazer.
A descontração entre os integrantes de uma equipe mediúnica é fator positivo no aproveitamento das reuniões, porque os Espíritos não perdem o senso de humor. “Rejubilai-vos sempre”, recomenda-nos o apóstolo. Entretanto, a alegra excessiva, entremeada por piadas de mau gosto é perfeitamente dispensável.
É comum repararmos um fato curioso: existem companheiros espíritas que, como para contrabalançar a sua dedicação aos assuntos da religião, dizem que, porque ainda estão no mundo, carecem de “pagar tributo à matéria”... Baseados neste pensamento cometem excessos de toda natureza, crendo-se justificados de seus erros.
Não é bem assim. De fato, o espírita, seja ele ou não médium em atividade, é uma pessoa comum que, compreensivelmente, não deve furtar-se aos eventos sociais. Ninguém o condenará pelo hábito de comer carne, do qual ainda não se tenha libertado, ninguém deverá recriminá-lo pelos seus investimentos financeiros ou pela bebida que aprecie degustar moderadamente às refeições... Seria o cúmulo os Espíritos sérios fossem tão exigentes, quando o Cristo estendeu a mão ao avarento Zaqueu e à madalena, a irmã equivocada em seus sentimentos de mulher...
Entretanto, porque nos tolerem com as nossas mazelas morais, não podemos concluir que os Espíritos sérios aprovem os nossos excessos.
É importante que os médiuns tenham noção de limite.
Se os Espíritos superiores estivessem à procura de anjos, certamente haveriam de procurá-los noutro lugar que não na Terra... mediunidade não é condição de angelitude. Estamos a milhares de anos luz distantes da perfeição a que nos destinamos; mas, porque assim é, não devemos nos acomodar no lodaçal, ignorando as estrelas...
O médium, portanto, que deseja trabalhar de forma séria na mediunidade, deve procurar um Centro Espírita sério, onde, por estranho que pareça, não seja a mediunidade e que predomine, centralizando todas as atividades doutrinárias e assistências da Casa.
Os Centros Espíritas que só se ocupam de mediunidade em todas reuniões, em nosso modesto ponto de vista, carecem rever a sua programação.
Atentemos ainda para a sábia advertência paulina na 1ª epístola aos Coríntios, Cap. 15, versículo 33: “Não vos enganeis; as más conversações corrompem os bons costumes”.
Vigiemos a palavra dentro da Casa Espírita. O assunto frívolo nasce do nada, ganha corpo, recebe o nome de “fofoca” e, sorrateiramente, provoca “desastres” de proporções imensas...
Fonte: Livro Mediunidade e Evangelho - Odilon Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 6o. Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP – Janeiro/2008..
RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)
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