A PRECE.
A
oração não será um processo de fuga do caminho escuro que nos cabe percorrer,
mas constituirá uma abençoada luz em nosso coração, clareando-nos a marcha.
Não
representará uma porta de escape ao sofrimento regenerativo de que ainda
carecemos, mas expressará um bordão de arrimo, com o auxílio do qual
superaremos a ventania da adversidade, no rumo da bonança.
Não
será um privilégio que nos exonere da enfermidade retificadora, ambientada em
nosso próprio templo orgânico pela nossa incúria e pela nossa irreflexão, no
abuso dos bens do mundo, entretanto, comparecerá por remédio balsamizante e
salutar, que nos renove as energias, em favor de nossa própria cura.
Não
será uma prerrogativa indébita que nos isente da luta humana, imprescindível ao
nosso aperfeiçoamento individual, todavia, brilhará em nossa experiência por
sublime posto de reabastecimento espiritual, suscetível de garantir-nos a
resistência e o valor na tarefa de renunciação e sacrifício em que nos cabe
perseverar.
Não
será uma outorga de recursos para que os nossos caprichos pessoais sejam
atendidos, no jardim de nossas predileções aflitivas, contudo, será uma
dispensação de forças para que possamos tolerar galhardamente as situações mais
difíceis, diante daqueles que nos desagradam, em sociedades ou em família,
ajudando-nos, pouco a pouco, a edificar o santuário da verdadeira fraternidade
no próprio coração, em cujo altar amealharemos o tesouro da paz e do
discernimento.
Ainda
mesmo que te encontres no labirinto quase inextricável das provações
inflexíveis, ainda mesmo que a tua jornada se alongue sob o granizo da
discórdia e da incompreensão, em plena sombra cultiva a prece, com a mesma
persistência que empregas na procura diária da água para a sede e do pão para
a fome do corpo.
Na
dor, ser-te-á divino consolo, na perturbação constituirá tua bússola.
Não
olvides que a permanência na Terra é uma simples viagem educativa de nossa
alma, no espaço e no tempo, e não te esqueças de que somente pela oração
descobriremos cada dia, o rumo que nos conduzirá de retorno aos braços amorosos
de Deus.
BATUÍRA.
(CHICO XAVIER.)
Fonte - MAIS LUZ - BATUÍRA - F. C. XAVIER- 4º Edição -
Grupo Espírita Emmanuel Editora- São Bernardo do Campo, SP. - 1976 –
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