O
LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA
PARTE.
CAPÍTULO
V.
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS.
FENÔMENOS
DE TRANSPORTE.
98. A teoria do fenômeno de transporte, e das
manifestações físicas em geral, se encontra resumida, de maneira notável na
dissertação seguinte, por um Espírito cujas comunicações têm um caráter incontestável
de profundidade e de lógica. Encontrar-se-ão diversas no desenrolar desta obra.
Faz-se conhecer sob o nome de Erasto, discípulo de São Paulo, e como Espírito
protetor do médium que lhe serviu de intérprete:
Necessariamente, é preciso, para se obterem fenômenos desta
ordem, ter consigo médiuns que eu chamaria sensitivos, quer dizer, dotados, no
mais alto grau, de faculdades medianímicas de expansão e de penetrabilidade; porque
o sistema nervoso destes médiuns, facilmente excitável, lhes permite, por meio
de certas vibrações, projetar ao seu redor, com profusão, seu fluido
animalizado.
As naturezas impressionáveis, as pessoas cujos nervos
vibram ao menor sentimento,à menor sensação, que a influência moral ou física,
interna ou externa, sensibiliza, são pessoas muito aptas a se tornarem
excelentes médiuns para os efeitos físicos de tangibilidade e de transporte.
Com efeito, seu sistema nervoso, quase inteiramente desprovido da capa refratária
que isola este sistema na maioria dos outros encarnados, os torna próprios ao
desenvolvimento destes diversos fenômenos. Em conseqüência, com um sujeito
dessa natureza, cujas outras faculdades não são hostis à mediunização, as
pancadas dadas nas paredes e nos móveis, os movimentos inteligentes, e mesmo a
suspensão no espaço da mais pesada matéria inerte. A fortiori, se obterão estes
resultados se, no lugar de um médium, se tiver, à mão, vários outros igualmente
bem dotados.
Mas, da produção desses fenômenos à obtenção dos
fenômenos de transporte, há todo um mundo; porque, neste caso, não só trabalho o
do Espírito é mais complexo, mais difícil, mas, bem mais, o Espírito não pode
operar senão por intermédio de um único aparelho medianímico, quer dizer que
vários médiuns não podem concorrer simultaneamente na produção do mesmo
fenômeno. Ocorre mesmo, ao contrário, que a presença de certas pessoas,
antipáticas ao Espírito que opera, entrava radicalmente sua ação. É por esse
motivo que, como vedes, é importante acrescentar que os transportes necessitam
sempre de maior concentração, e ao mesmo tempo, de maior difusão de certos
fluidos, e que não podem ser obtidos senão com médiuns os melhores dotados,
aqueles, em uma palavra, cujo aparelho eletromedianímico é o de melhores
condições.. (...)
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do
Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
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