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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

- ESTUDANDO O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. - CAPÍTULO V. - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS. - MOTIVOS DE RESIGNAÇÃO. - ITEM N º 12. - ALLAN KARDEC.

    EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO.

                        CAPÍTULO V.

       BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS.

             MOTIVOS DE RESIGNAÇÃO.

12.       Por estas palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois serão consolados, Jesus indica, ao mesmo tempo, a recompensa que espera os que sofrem e a resignação que os faz compreender o porquê do sofrimento como o início da cura.
            Estas palavras podem ser também entendidas assim: Deveis considerar-vos felizes por sofrer, visto que vossas faltas passadas, e essas dores suportadas pacientemente na Terra vos poupam séculos de sofrimento na vida futura. Deveis estar felizes, por Deus reduzir vossa dívida, permitindo pagá-la no presente, o que vos assegura a tranqüilidade para o futuro.
            O homem que sofre assemelha-se a um devedor de uma grande quantia e a quem o credor diz: “Se me pegares hoje mesmo a centésima parte, dou-te quitação de toda a dívida, e estarás, livre. Se não o fizeres, te cobrarei até que me pagues o último centavo”. Qual o devedor que não ficaria feliz mesmo passando por privações para se liberar de uma grande dívida, sabendo que pagaria apenas a centésima parte do que devia? Ao invés de reclamar do seu credor, não lhe agradeceria?
            Este é o sentido das palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois serão consolados. São felizes, porque estão pagando suas dúvidas e, depois de pagar, ficarão livres. Porém, se ao procurar quitá-las de uma maneira se endividarem de outra, tornam maior o tempo para a sua libertação. Portanto, cada nova falta aumenta a dívida, pois não há uma única falta, qualquer que ela seja, que não arraste consigo sua punição forçada e inevitável. Se não for hoje, será amanhã; se não for nesta vida, será noutra. Entre essas faltas, é preciso colocar em primeiro lugar a falta de submissão à vontade de Deus. Se lamentarmos as aflições, se não as aceitamos com resignação e como algo que se deva merecer, se acusarmos Deus de injusto, contraímos uma nova dívida que nos faz perder os frutos que a lição dos sofrimentos nos poderia dar. É por isso que recomeçaremos sempre, como se, a um credor que nos cobra, pagássemos algumas parcelas e ao mesmo tempo contraíssemos novas dívidas.
            Quando entra no mundo dos Espíritos, o homem assemelha-se ao operário que comparece no dia do pagamento. A uns o Senhor dirá: “Eis o prêmio da tua jornada de trabalho”. A outros, aqueles que se julgam felizes na Terra, viveram ociosamente e cuja felicidade constitui-se na satisfação do seu amor-próprio e nos gozos terrenos, Ele dirá: “A ti nada cabe, pois já recebeste teu salário na Terra.Vai e recomeça a tua tarefa”.

         Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - 3a. Edição - Editora Petit - São Paulo, SP - 2000.


                                   RHEDAM.(mzgcar@gmail.com)

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