MEDIUNIDADE
E EVANGELHO.
CALIGRAFIA
DOS ESPÍRITOS.
“A mudança da caligrafia não ocorre senão com os médiuns mecânicos e
semi-mecânicos, porque neles o movimento da mão é involuntário e dirigido pelo
Espírito; não ocorre o mesmo com os médiuns puramente intuitivos, tendo em
vista que, nesse caso, o Espírito atua unicamente sobre o pensamento (...)” (Cap.
XVII – Segunda Parte – item 219)
Na psicografia, de um modo geral, a
caligrafia do Espírito mistura-se à do médium; seria exigir muito querer que,
além de expressar os seus pensamentos numa mensagem escrita, o Espírito o
fizesse com a sua própria letra... as dificuldades materiais e intelectuais a
serem vencidas seriam enormes, para qual tal acontecesse.
No médium puramente mecânico, O
Espírito comunicante consegue reproduzir a sua caligrafia ou, pelo menos,
aproximar-se dela o mais possível; entretanto, escrevendo com a sua própria
letra, o Espírito não consegue produzir longos ditados...
O que acontece na maioria das
páginas psicográficas é uma “mistura de psiquismos”, ou seja: O Espírito entra
com o pensamento e o médium, com a calegrafia que lhe é característica. Apenas,
em alguns raríssimos casos, no momento de assinar a mensagem o Espírito procura
fazê-lo de “próprio punho”, esforçando-se para dar aos destinatários uma prova
maior de autenticidade.
Porque a letra seja do médium não
significa que o comunicado não seja autêntico. Kardec ensina que no ato da
identificação de uma página mediúnica, sem mesmo o nome que a assina é mais
importante do que as idéias que a estruturam, porque, se o nome pode ser o de
um Espírito, as idéias podem não o ser...
Em ordem decrescente de importância,
diríamos que, na análise de uma mensagem de além-túmulo, o que primeiro deve
ser levado em conta é o espírito da letra, ou seja os pensamentos e as emoções
do comunicante; em segundo lugar, os detalhes e as informações fornecidas por
ele; em terceiro, o nome com que se identifica; em quarto e último lugar a sua
caligrafia e conseqüente assinatura.
Consideremos um outro fator. Sabemos
que o médium é uma pessoa comum, suscetível de variadas influências de caráter
emotivo. Pode ser que num dos comunicados que receba, o Espírito encontre uma
“situação”favorável para reproduzir, de forma idêntica ou semelhante, pela mão
do médium, a sua assinatura. E, talvez, em diversos comunicados posteriores ele
não consiga, apesar de seus esforços, reeditar a façanha.
Não sendo uma máquina, a “resposta”
do medianeiro aos Espíritos que dele se utilizam nem sempre é a mesma. De uma
reunião para a outra, o médium pode alterar-se emocionalmente, quem sabe
pressionado por problemas desconhecidos dos circunstantes... Essa alteração
emocional pode tanto abatê-lo quanto motivá-lo a uma maior “entrega” ao ato
mediúnico.
Com o devido respeito, e não
querendo gracejar com um assunto sério, diria que prever a reação emocional de
um médium em face de um comunicado de que se constitua intérprete, seja
psicográfico ou psicofônico, é o mesmo que tentar uma previsão do tempo com cem
por cento de acerto...
O próprio ambiente da reunião, um
diálogo mantido instantes antes ou a abordagem de determinada pessoa, às vezes
é mais simples presença de alguém no recinto pode alterar o comportamento do
médium não deveria fazê-lo – mas, infelizmente, é esta a realidade e não
podemos ignorá-la. Que os nossos irmãos médiuns nos perdoem, mas é justamente
isto o que percebemos em nossos contatos...
A grande maioria dos médiuns
psicógrafos é intuitiva ou consciente e, por isto, são eles, os médiuns
psicógrafos, que “revestem” o pensamento dos Espíritos com suas palavras e
caligrafia.
Que os médiuns bem intencionados,
portanto, não se importem com as exigências que lhes façam os que desconhecem o
mecanismo do intercâmbio mediúnico. Não se importem, inclusive, com os erros
gramaticais que possam cometer na recepção da mensagem de consagrado escritor.
O Espírito utiliza o médium que tem à sua disposição e não o que desejaria;
isto constitui-lhe também uma prova de humildade, a fim de que não somente
saiba falar ou escrever com acerto, mas sobretudo, viver com retidão.
Fonte: Livro Mediunidade e Evangelho - Odilon
Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 6o.
Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP – Janeiro/2008..
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