ADULTÉRIO E INDULGÊNCIA.
- APEDREJAMENTO MORAL.
No mundo de hoje, não temos mais o apedrejamento das mulheres adúlteras em praça pública e o castigo até a morte, mas continuamos na intimidade de nosso relacionamento com a praça imensa e sombria da maledicência, o julgamento coletivo da crítica impiedosa, as pedradas ferinas da calúnia, o vozerio da condenação irredutível, o prazer de ver alguém em queda, para comentar seu comportamento infeliz, no banquete pantanoso das conversações maldosas, o abandono aos que caem pela afeição doentia, a morte moral no desalento e no desespero dos enganados no sentimento, sem um coração amigo que os reerga da furna da angústia!
Há muitos crimes não registrada pela justiça humana, porque atinge a cidadela da alma, mas a Justiça Divina arquiva com detalhes, para julgamento imparcial, no futuro próximo ou distante.
“Poder-se-ia desejar para a pecadora humilde tormento maior do que aquele a que ela própria se condenou por tempo indeterminado? Quantas vezes lhe tem faltado pão à boca faminta ou a manifestação de um carinho sincero à alma angustiada? Raras dores no mundo serão idênticas às agonias de suas noites silenciosas e tristes. Esse o seu doloroso inferno, sua aflitiva condenação.”
Todas as criaturas, em quedas no relacionamento afetivo, principalmente as do sexo feminino, esperam de nossa parte a indulgência. Que não sejamos, pois, juízes da conduta alheia, a fim de que realmente possamos ajudar, amparar e servir.
“A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras, apenas conselhos e, as mais das vezes, velados”.
Nos problemas do coração, a mulher sempre ficou com a parte a mais difícil, pois sempre foi a mais acusada, a mais esquecida, a mais ferida, a mais desprotegida e a mais sofredora, mesmo nos tempos atuais. O autor da “Boa Nova” nos diz:
“E o homem é sempre fraco e a mulher sempre sofredora!...”
WALTER BARCELOS.
Fonte: Livro “SEXO E EVOLUÇÃO” - Walter Barcelos - 4a. Edição - Editora FEB. - Rio de Janeiro, RJ. Setembro/1995.
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