MÉDIUM
INESQUECÍVEL.
Emmanuel.
Estudando
mediunidade e ambiente, recordemos um dos médiuns inesquecíveis dos dias apostólicos:
Paulo de Tarso.
Em
torno dele tudo era contra a luz do Evangelho.
A
sombra do fanatismo e da crueldade não se instalara apenas no Sinédrio, onde se
lhe situava a corte dos membros e amigos, mas também nele próprio, transformando-o
em perigos instrumento de perseguição e de morte.
Feria,
humilhava e injuriava a todos os que não pensassem pelos princípios que lhe
norteava a ação.
Mas,
desabrochava-lhe a mediunidade inesperadamente.
Vê
Jesus redivivo e escuta-lhe a voz.
Aterrado,
reconhece os enganos em que vivera.
Entretanto,
não perde tempo em lamentações inúteis.
Não
sucumbe desesperado.
Não
se confia à volúpia da auto-condenação.
Não
foge à luta pela renovação íntima.
Percebe
que não pode recolher, de pronto, a simpatia de família espiritual de Jesus,
mas não se sente fracassado pó isso.
Observa
a expressão dos próprios erros, mas não se entrega ao remorso vazio.
Empreende,
com sacrifício, a viagem da própria renovação.
Para
tanto, não reclama a cooperação alheia, mas dispõe-se, ele mesmo, a colaborar
com os outros.
Encontra
imensas dificuldades para a iluminação da alma; no entanto, não esmorece na
luta.
Segundo
a palavra fiel do Novo Testamento, é açoitado e preso, várias vezes, pelo amor
com que ensinava a verdade mas, em contraposição, na Letônia e na Macedônia,
foi tido como sendo “Mercúrio” encarnado e “Serviço do Pai altíssimo”.
Não
se sente, todavia, esmagado pela flagelação ou confundido pelo êxito.
Tolera
assaltos e elogios como o pagador correto, interessado no resgate das próprias
contas.
Diz
ainda a Boa Nova que “Deus operava maravilhas pelas mãos dele”; entretanto, ele
próprio declara trazer consigo “um espinho na carne”, que o obriga a viver em
provação permanente.
E,
quando o corpo lhe permite, da testemunho da realidade espiritual, combatendo
ignorância e superstição, maldade e orgulho, tentação e vaidade.
Nem
ouro fácil.
Nem
privilégios.
Nem
cidadela social.
Nem
apoio político.
Ele e
o tear que o ajudava a sustentar-se ficaram, através dos séculos, como símbolo
perfeito de influência pessoal e meio adverso, ensinando-nos a todos,
principalmente a nós outros, encarnados e desencarnados de todos os tempos, que
podemos pedir orientação, falar em orientação mas que, acima de tudo,
precisamos ser a própria orientação em nós mesmos.
Fonte: “SEARA
DOS MÉDIUNS”, psicografado por F. C. Xavier, edição FEB.
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