AO MUNDO.
A Terra é o vasto abismo
onde a alma chora,
O vale de amarguras do
Salmista,
Lodoso chavascal onde se
avista
A podridão dos vermes
que apavora.
Mas, para os grandes
bens, para que exista
A perfeição da luz
deslumbradora,
Precisamos da carne que
aprimora
Com o camartelo mágico
do artista.
Terra, tranquilamente eu
te abençôo...
Porque da tua dor alcei
meu vôo
Para a mansão das luzes
opulentas;
Teu rigor nos redime e
nos eleva;
Mas és ainda o cárcere
da treva,
Triste
mundo de chagas pustulentas!
ANTÔNIO
NOBRE.
Nasceu na cidade do Porto e faleceu
na Foz do Ouro aos 33 anos de idade, em 18 de março de 1900. Distinguiu-se pela
suavidade e melancolia do seu estilo. Deixou um livro inconfundível e, ainda hoje,
muito estimado – Só – e Despedidas, edição de 1902.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO -
CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
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