DEPOIS DA
MORTE.
II.
Minsantropo da ciência
enganadora,
Trazia
em mim o anseio irresistível
De conhecer o Deus indefinível,
Que era na dor, visão
consoladora.
Não O via e, no entanto,
em toda hora,
Nesse anelo cruciante e
intraduzível,
Podia
ver, sentindo o Incognocível
E a sua onisciência
criadora.
Mas a insídia do orgulho
e da descrença
Guiava-me a existência
desolada,
Recamada de dor profunda
e intensa;
Pela voz da vaidade,
então, eu cria
Achar na morte a
escuridão do Nada,
Nas vastidões da terra
úmida e fria.
-
ANTERO DE QUENTAL.
Nascido na ilha de São Miguel nos
Açores, em 1842, e desencarnou por suicídio, em 1891. É vulto eminente e
destacado nas letras portuguesas, caracterizando-se pelo seu espírito filosófico.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO -
CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
Nenhum comentário:
Postar um comentário