– O CRIVO DA RAZÃO.
“Recordai,
espíritas, que se é absurdo repelir sistematicamente todos os fenômenos de além-túmulo,
não é prudente aceitá-los cegamente”. (O Livro dos Médiuns – Segunda Parte –
Cap. V)
O próprio
médium deve submeter toda a comunicação que receba ao crivo da razão, e isto
porque ele precisa ser o principal interessado na autenticidade do fenômeno,
evitando comprometer a Causa e expor-se ao ridículo.
O médium
que crê na sua infalibilidade ou na dos Espíritos torna-se presa fácil da
obsessão.
Cabe
ao espírita zelar pelo patrimônio da doutrina, não aceitando a priori tudo que
os Espíritos dizem, seja através deste ou daquele médium, por mais idôneo lhe
pareça.
A
mediunidade é exercida no dia-a-dia e,quando menos espera, o médium pode tropeçar
na invigilância.
Para
confiar-se no médium, deve-se confiar em sua vida. Diríamos: tal o homem, tal o
médium.
Muitos
médiuns, assim como muitos Espíritos, gostam de impor-se pela cultura que
possuem, quando lhes escasseia o que seja talvez o bem mais precioso da
mediunidade: o discernimento.
É
comum, nos dias atuais, encontrarem-se médiuns que se julgam aptos a resolver
todo e qualquer tipo de problema para que são procurados. Com uma facilidade
incrível, dispões-se a revelar as vidas passadas de seus consulentes,descendo a
espantosa detalhes!
Outro
fato corriqueiro, no capítulo que estudamos, é o dos médiuns que afirmam ver
Espíritos ao redor de todas as pessoas, cometendo, assim, os maiores disparates
e desacreditando a mediunidade!
Vejamos
o que nos diz o profeta Jeremias, no texto que Allan Kardec transcreveu no capítulo
XXI de O Evangelho Segundo Espiritismo: “Eu não enviava esses profetas e eles
corriam por si mesmos; eu não lhes falava e eles profetizavam de sua cabeça. Eu
ouvi o que disseram esses profetas que profetizam a mentira em meu nome,
dizendo: Sonhei, sonhei. Até quando essa imaginação estará no coração dos
profetas que profetizam a mentira e cujas profecias não passam de seduções de
seu corações?
O médium
que merece credibilidade é simples e discreto. Não gosta de falar de si mesmo e
age sem nenhum interesse pessoal, por menor que seja.
Uma técnica
que os Espíritos infelizes gostam de empregar, para conquistar a simpatia e a
confiança dos que desejam manipular, é a lisonja, o elogio fácil, incensando as
pessoas, através dos médiuns que lhes servem aos inferiores propósitos, com o
que lhes anulam a capacidade de discernir, tornando-se-lhes defensores
incondicionais.
O
Espiritismo é uma doutrina livre. Não há cerceiros ao pensamento e ao trabalho
de nenhum médium, todavia nada nos impede, na condição de espírita, de
discordar deste ou daquele Espírito, deste ou daquele médium.
Allan
Kardec deixou isto bem claro nas obras da codificação.
Existem
Espíritos que, em conluio com os médiuns que lhe são afins, dominam a
comunidade do centro Espírita, não permitindo que se faça nada sem que sejam
consultados. Quando contrariados em seus pontos de vista, eis que então se
revelam com toda a arbitrariedade que os caracteriza, chegando até ameaçar os
que ousam enfrentá-los!
Sintetizando,
em louvor do fenômeno genuíno, devemos submeter todos os comunicados de além-túmulo
ao crivo da razão, sem, no entanto, exigir perfeição do Espírito ou do médium,
de vez que tanto eles quanto nós somos Espíritos carregados de mazelas e estamos
muito longe da Verdade Integral, que pertence a Deus.
Fonte: Livro Mediunidade e
Doutrina - Odilon Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 1o.
Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP - 1990.
RHEDAM.
(rhedam@gmail.com)
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