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sábado, 3 de novembro de 2012

- ROTEIRO DE INICIAÇÃO AO ESTUDO DO ESPIRITISMO. - AULA. Nº. 17. - MÉDIUNS E MEDIUNIDADE. = ANEXO. Nº. 53. – O CRIVO DA RAZÃO. - ODILON FERNANDES. (CARLOS A. BACELLI.)


                                                – O CRIVO DA RAZÃO.

                        “Recordai, espíritas, que se é absurdo repelir sistematicamente todos os fenômenos de além-túmulo, não é prudente aceitá-los cegamente”. (O Livro dos Médiuns – Segunda Parte – Cap. V)

            O próprio médium deve submeter toda a comunicação que receba ao crivo da razão, e isto porque ele precisa ser o principal interessado na autenticidade do fenômeno, evitando comprometer a Causa e expor-se ao ridículo.
            O médium que crê na sua infalibilidade ou na dos Espíritos torna-se presa fácil da obsessão.
            Cabe ao espírita zelar pelo patrimônio da doutrina, não aceitando a priori tudo que os Espíritos dizem, seja através deste ou daquele médium, por mais idôneo lhe pareça.
            A mediunidade é exercida no dia-a-dia e,quando menos espera, o médium pode tropeçar na invigilância.
            Para confiar-se no médium, deve-se confiar em sua vida. Diríamos: tal o homem, tal o médium.
            Muitos médiuns, assim como muitos Espíritos, gostam de impor-se pela cultura que possuem, quando lhes escasseia o que seja talvez o bem mais precioso da mediunidade: o discernimento.
            É comum, nos dias atuais, encontrarem-se médiuns que se julgam aptos a resolver todo e qualquer tipo de problema para que são procurados. Com uma facilidade incrível, dispões-se a revelar as vidas passadas de seus consulentes,descendo a espantosa detalhes!
            Outro fato corriqueiro, no capítulo que estudamos, é o dos médiuns que afirmam ver Espíritos ao redor de todas as pessoas, cometendo, assim, os maiores disparates e desacreditando a mediunidade!
            Vejamos o que nos diz o profeta Jeremias, no texto que Allan Kardec transcreveu no capítulo XXI de O Evangelho Segundo Espiritismo: “Eu não enviava esses profetas e eles corriam por si mesmos; eu não lhes falava e eles profetizavam de sua cabeça. Eu ouvi o que disseram esses profetas que profetizam a mentira em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. Até quando essa imaginação estará no coração dos profetas que profetizam a mentira e cujas profecias não passam de seduções de seu corações?
            O médium que merece credibilidade é simples e discreto. Não gosta de falar de si mesmo e age sem nenhum interesse pessoal, por menor que seja.
            Uma técnica que os Espíritos infelizes gostam de empregar, para conquistar a simpatia e a confiança dos que desejam manipular, é a lisonja, o elogio fácil, incensando as pessoas, através dos médiuns que lhes servem aos inferiores propósitos, com o que lhes anulam a capacidade de discernir, tornando-se-lhes defensores incondicionais.
            O Espiritismo é uma doutrina livre. Não há cerceiros ao pensamento e ao trabalho de nenhum médium, todavia nada nos impede, na condição de espírita, de discordar deste ou daquele Espírito, deste ou daquele médium.
            Allan Kardec deixou isto bem claro nas obras da codificação.
            Existem Espíritos que, em conluio com os médiuns que lhe são afins, dominam a comunidade do centro Espírita, não permitindo que se faça nada sem que sejam consultados. Quando contrariados em seus pontos de vista, eis que então se revelam com toda a arbitrariedade que os caracteriza, chegando até ameaçar os que ousam enfrentá-los!
            Sintetizando, em louvor do fenômeno genuíno, devemos submeter todos os comunicados de além-túmulo ao crivo da razão, sem, no entanto, exigir perfeição do Espírito ou do médium, de vez que tanto eles quanto nós somos Espíritos carregados de mazelas e estamos muito longe da Verdade Integral, que pertence a Deus.

Fonte: Livro Mediunidade e Doutrina - Odilon Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 1o. Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP - 1990.

                                   RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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