CAPÍTULO III.
MÉTODO.
34. Equivocar-se-ia estranhamente sobre nossa maneira de ver, se se supusesse que aconselhamos negligenciar de ver, fatos; que chegamos à teoria; é verdade que necessitamos, para isso, de um trabalho assíduo de vários anos e milhares de observações; mas, uma vez que os fatos nos sirvam e nos servem todos os dias, seríamos inconsequentes conosco mesmo em contestar-lhes a importância, sobretudo quando fazemos um livro destinado a fazer conhecê-los. Dizemos apenas que, sem o raciocínio, não bastam para determinar a convicção; que uma explicação preliminar, afastando as prevenções e mostrando que não contrariam a razão, dispõe a aceitá-los. Isso é tão verdadeiro que, sobre dez pessoas completamente iniciantes que assistissem a uma sessão de experimentação, fosse ela amais satisfatória no ponto de vista dos adeptos, haveria nove que sairiam sem estarem convencidas, e algumas mais incrédulas do que antes, porque as experiências não responderam às suas expectativas. Ocorreria de outra forma com aquelas que pudessem compreendê-las por um conhecimento teórico antecipado; para elas,é um meio de controle, mas nada as surpreende, mesmo o insucesso, porque sabem em que condições os fatos se produzem, e que não se pode pedir-lhes o que não podem dar. A inteligência prévia dos fatos as coloca, pois, em condições de não só compreenderem todas as anomalias, mas também de perceberem uma multidão de detalhes, de nuanças freqüentemente muito delicadas, que são para elas meio de convicção e que escapam ao observador ignorante. Tais são os motivos que nos levam a não admitir, em nossas sessões experimentais, senão as pessoas que possuam noções preparatórias suficientes para compreender o que o que nelas se faz, persuadidos de que as outras ali perderiam seu tempo e nos fariam perder o nosso.
Fonte: O Livro dos Médiuns - Allan Kardec - 18 º edição - Abril de 1991, Editora Instituto de difusão Espírita de Araras, SP.
RHEDAM. (rhedam@gmail,com)
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