Capítulo I.
NÃO VIM DESTRUIR A LEI.
AS TRÊS REVELAÇÕES.
CRISTO.
3. Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus, Ele veio cumpri-la, ou seja, desenvolvê-la, dar-lhe seu sentido verdadeiro e apropriá-la ao grau de adiantamento dos homens. É por isso que encontramos nessa lei os princípios dos deveres para com Deus e para com o próximo, que constitui a base da doutrina. Quanto as leis de Moisés propriamente ditas, Jesus, ao contrário, modificou-as profundamente, tanto no conteúdo quanto na forma. Combateu constantemente os abusos das práticas exteriores e as falsas interpretações, e não lhes podia ter dado uma reforma mais radical do que reduzindo-as a estas palavras: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, e acrescentando: Está aí toda a lei e os profetas.
Por estas palavras, O Céu e a Terra não passarão antes que tudo seja cumprido até o último jota, Jesus quis dizer que era preciso que a lei de Deus fosse cumprida, ou seja, fosse praticada na Terra, em toda a sua pureza, com todos os seus desenvolvimentos e todas as suas conseqüências; pois de que serviria estabelecer essa lei, se fosse para o privilégio de alguns homens, ou mesmo de um único povo? Sendo todos os homens filhos de Deus, são todos, sem distinção, objeto da mesma dedicação.
4. Mas o papel de Jesus não foi simplesmente o de um logrador moralista, apenas com a autoridade de sua palavra. Ele veio cumprir as profecias que tinham anunciado sua vinda. Ele veio ensinar aos homens que a verdadeira vida não esta na Terra, mas no reino dos Céus; ensinar-lhes o caminho que os conduz até lá, os meios de se reconciliarem com Deus e de preveni-los sobre a marcha das coisas que hão de vir, para o cumprimento dos destinos humanos. Entretanto, Jesus não podia dizer tudo e, em relação a muitos pontos, conforme Ele mesmo disse, limitou-se a lançar os germens das verdades que não podiam ainda ser comprometidas. Ao falar de tudo, o fez em termos às vezes mais, às vezes menos claros Para compreender o sentido oculto dessas palavras, seria preciso que npvas idéias e novos conhecimentos viessem nos dar a chave, e essas idéias não poderiam vir antes que o Espírito humano adquirisse um grau de maturidade. A Ciência deveria contribuir decididamente para que essas idéias viessem à luz e se desenvolvessem. Seria, portanto, preciso dar à Ciência o tempo de progredir.
Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - 3a. Edição - Editora Petit - São Paulo, SP - 2000.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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