CONFORTO
E NÓS.
O sofrimento
em comum é agente bendito de unificação, ensinando-nos a esquecer de
preocupações descabidas e aflições excedentes, porquanto, nas horas amargas
somos naturalmente induzidos a contar uns com os outros. Entretanto, quando a
tempestade se vai, deixando-nos o passo, em céu azul, eis-nos em nós mesmos,
conosco, na intimidade de nossos pontos de vista. E ai surge o grande problema
– o problema de render-nos ao trabalho do bem, de tal modo que não disponhamos
de tempo para vincular-nos em demasia às nossas opiniões próprias.
Disso
concluímos que a influência do conforto e da prosperidade constitui em si
precioso ingrediente da vida que nos cabe aproveitar em serviço e mais sérico
no bem de todos.
Há quem diga
que a felicidade do céu é diminuir a infelicidade da Terra ou extinguir esse
mesmo infortúnio. Verdade bela e simples ser-nos-á lícito transferi-la para o
nosso caminho pessoal, compreendendo que a felicidade maior dos que se tornam
felizes será sempre atenuar a infelicidade que ainda assedie a existência de
nossos irmãos menos felizes;
Deus nos
subtrai a dificuldade para que aprendamos a suprimi-la da estrada alheia.
Ajuda-nos para que ajudemos. Abençoa-nos para que nos habituemos a abençoar.
Reconheçamos
assim que a tranquilidade e a alergia nos bafejam para que venhamos a
mobilizá-las no trabalho do bem geral.
Fonte: Livro “MAIS LUZ” - ANTONIO GONÇALVES DA SILVA -
BATUÍRA, psicografado por Francisco Cândido Xavier - 4a. Edição -
Editora GEEM - São Bernardo do Campo, SP - 1976.
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