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sábado, 9 de junho de 2012

- PRECES ESPÍRITAS. - APOLOGIA DA PRECE. -PROVAS TEÓRICAS DA EFICIÊNCIA DA PRECE. - ALFREDO MIGUEL. - TERCEIRA PARTE.



                                               TERCEIRA PARTE.

                PROVAS TEÓRICAS DA EFICIÊNCIA DA PRECE.

                                                                     3

        FÓRMULAS DE PRECE. NENHUMA FÓRMULA ABSOLUTA É PRESCRITA. RENUNCIARA À PRECE É DESDENHAR A BONDAD DE DEUS. ALEXIS CARREL E A PRECE.


            Não é fora de propósito aludirmos aqui as fórmulas de orações. Elas não são de todo inúteis, compreende-se; mas em face do que atrás ficou dito, vemos que é bem precário o seu valor. A gente culta, principalmente, subestima os modelos de preces, reconhecendo que melhor é improvisá-las sempre de acordo com as circunstâncias e as solicitações do momento. Isto não apenas em se tratando de cerimônias ou atos públicos, de caráter religioso, mas em casa, também quando procuramos pôr-nos em sintonia com a Providência Divina. “A linguagem da prece, ensina um conhecido escritor, deve variar segundo as necessidades, segundo o estado do espírito humano. É um grito, um lamento, uma efusão, um cântico de amor, um manifesto de adoração, ou exame dos seus atos, um inventário moral que se faz sob as vistas de Deus, ou ainda um simples pensamento, uma lembrança, um olhar erguido para o céu.” (Léon Denis.).
            O Allan Kardec disseram os comunicantes do Além: “A forma nada significa, o pensamento é tudo. Cada um ore de conformidade com as suas convicções e da maneira que mais lhe toque o íntimo. Um bom pensamento vale mais do que um grande número de palavras, com as quais nada tenha de comum com o coração”.
            “Nenhuma fórmula absoluta de prece nos prescrevem os Espíritos." Quando nos dão algumas é com o objetivo de nos despertar idéias, e, sobretudo, com o chamar a atenção para certos princípios da Doutrina Espírita. É também com intuito de vir em auxílio daqueles que se sentem embaraçados para exprimir suas idéias, pois muitos há que não acreditam ter orado realmente, desde que não sabiam orar. Pedindo-Lhe um deles que Lho ensinasse, o Mestre ditou então aquelas palavra que todo mundo cristão conhece pelo nome de Pai Nosso. (Lucas, 11:1-4).
            Porém, será que em todas as ocasiões de recorrer à divindade, tenhamos de repetir o Pai Nosso ou a Prece de Cáritas, quando não outra fórmula qualquer?
            Pelo menos em dadas circunstâncias, isto é inteiramente impossível.
            Quando, por exemplo, um mal ou um perigo nos está à vista, e, aflitos, procuramos conjurá-lo para nos pouparmos às suas consequências, tempo e calma não nos restam para recitar qualquer espécie de oração. Só nos ocorre, de súbito, erguer nos céus o nosso angustiado brado de socorro. E porque parte do coração com toda a força do sentimento, o grito da aflição no instante pressagio é uma grande prece de efeito quase sempre imediato.
            Talvez porque nunca tenham observado isto, os “os espíritos fortes” acham poder passar muito bem sem orar.
             "Renunciar a prece – escreve o Codificador do Espiritismo – é desconhecer a bondade de Deus, é renunciar à assistência e ao bem que pode alcançar aquele que ore, assim como aquele por quem se ore”.
            Sábios e pensadores de renome perceberam esta verdade. O grande Aléxis Carrel teve a franqueza de se pronunciar nestes termos:
            “A oração é uma força tão real como a da gravidade terrestre." Na qualidade de médico, tenho observado doentes (a propósito de cujos males falharam todas as demais terapêuticas) que se restabeleceram, libertando-se de suas enfermidades e melancolias, mediante o sereno influxo da oração. É o único poder no mundo que parece vencer as chamadas “leis da Natureza”.
            Estas expressões do famoso cirurgião e biologista francês constam de um artigo de sua autoria em Seleções do Reader’s Digest, artigo que o autor conclui com estes períodos:
            “Em regra, para plasmar personalidades, a oração deve tornar-se um hábito. Nada vale orar pela manha e passar o dia como um bárbaro. Verdadeira oração é o modo de Viver. A verdadeira vida é o transcurso de uma oração. As melhores preces são as naturais e improvisadas, tais como as conversações amistosas entre as pessoas que se querem. Não obedece a fórmula. A oração, pois, como exercício fundamental do espírito, precisa ser ativamente praticada em nossa vida particular. A alma humana deve tornar-se bastante forte para salvar-se mais uma vez”.

               Fonte: Livro Apologia da Prece - autor Alfredo Miguel - 2a.Edição - Livraria Espírita “Alvorada” Editora - Salvador Bahia - 1972. 


                                    RHEDAM. (rhedam@gmail.com)


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