TERCEIRA
PARTE.
PROVAS
TEÓRICAS DA EFICIÊNCIA DA PRECE.
3
FÓRMULAS
DE PRECE. NENHUMA FÓRMULA ABSOLUTA É PRESCRITA. RENUNCIARA À PRECE É DESDENHAR
A BONDAD DE DEUS. ALEXIS CARREL E A PRECE.
Não é
fora de propósito aludirmos aqui as fórmulas de orações. Elas não são de todo
inúteis, compreende-se; mas em face do que atrás ficou dito, vemos que é bem
precário o seu valor. A gente culta, principalmente, subestima os modelos de
preces, reconhecendo que melhor é improvisá-las sempre de acordo com as
circunstâncias e as solicitações do momento. Isto não apenas em se tratando de
cerimônias ou atos públicos, de caráter religioso, mas em casa, também quando
procuramos pôr-nos em sintonia com a Providência Divina. “A linguagem da prece,
ensina um conhecido escritor, deve variar segundo as necessidades, segundo o
estado do espírito humano. É um grito, um lamento, uma efusão, um cântico de
amor, um manifesto de adoração, ou exame dos seus atos, um inventário moral que
se faz sob as vistas de Deus, ou ainda um simples pensamento, uma lembrança, um
olhar erguido para o céu.” (Léon Denis.).
O
Allan Kardec disseram os comunicantes do Além: “A forma nada significa, o
pensamento é tudo. Cada um ore de conformidade com as suas convicções e da
maneira que mais lhe toque o íntimo. Um bom pensamento vale mais do que um
grande número de palavras, com as quais nada tenha de comum com o coração”.
“Nenhuma
fórmula absoluta de prece nos prescrevem os Espíritos." Quando nos dão
algumas é com o objetivo de nos despertar idéias, e, sobretudo, com o chamar a
atenção para certos princípios da Doutrina Espírita. É também com intuito de
vir em auxílio daqueles que se sentem embaraçados para exprimir suas idéias,
pois muitos há que não acreditam ter orado realmente, desde que não sabiam
orar. Pedindo-Lhe um deles que Lho ensinasse, o Mestre ditou então aquelas
palavra que todo mundo cristão conhece pelo nome de Pai Nosso. (Lucas, 11:1-4).
Porém,
será que em todas as ocasiões de recorrer à divindade, tenhamos de repetir o
Pai Nosso ou a Prece de Cáritas, quando não outra fórmula qualquer?
Pelo
menos em dadas circunstâncias, isto é inteiramente impossível.
Quando,
por exemplo, um mal ou um perigo nos está à vista, e, aflitos, procuramos
conjurá-lo para nos pouparmos às suas consequências, tempo e calma não nos
restam para recitar qualquer espécie de oração. Só nos ocorre, de súbito,
erguer nos céus o nosso angustiado brado de socorro. E porque parte do coração
com toda a força do sentimento, o grito da aflição no instante pressagio é uma
grande prece de efeito quase sempre imediato.
Talvez
porque nunca tenham observado isto, os “os espíritos fortes” acham poder passar
muito bem sem orar.
"Renunciar a prece – escreve o
Codificador do Espiritismo – é desconhecer a bondade de Deus, é renunciar à
assistência e ao bem que pode alcançar aquele que ore, assim como aquele por
quem se ore”.
Sábios
e pensadores de renome perceberam esta verdade. O grande Aléxis Carrel teve a
franqueza de se pronunciar nestes termos:
“A
oração é uma força tão real como a da gravidade terrestre." Na qualidade
de médico, tenho observado doentes (a propósito de cujos males falharam todas
as demais terapêuticas) que se restabeleceram, libertando-se de suas
enfermidades e melancolias, mediante o sereno influxo da oração. É o único
poder no mundo que parece vencer as chamadas “leis da Natureza”.
Estas
expressões do famoso cirurgião e biologista francês constam de um artigo de sua
autoria em Seleções do Reader’s Digest, artigo que o autor conclui com estes
períodos:
“Em
regra, para plasmar personalidades, a oração deve tornar-se um hábito. Nada
vale orar pela manha e passar o dia como um bárbaro. Verdadeira oração é o modo
de Viver. A verdadeira vida é o transcurso de uma oração. As melhores preces
são as naturais e improvisadas, tais como as conversações amistosas entre as
pessoas que se querem. Não obedece a fórmula. A oração, pois, como exercício
fundamental do espírito, precisa ser ativamente praticada em nossa vida
particular. A alma humana deve tornar-se bastante forte para salvar-se mais uma
vez”.
Fonte:
Livro Apologia da Prece - autor Alfredo Miguel - 2a.Edição -
Livraria Espírita “Alvorada” Editora - Salvador Bahia - 1972.
RHEDAM.
(rhedam@gmail.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário