No livro “BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO”, o autor espiritual HUMBERTO DE CAMPOS, através da psicografia do médium FRANCISCO CANDIDO XAVIER, nos relata a seguinte passagem espiritual, histórica, sobre: “NO TEMPO DOS VICE-REIS“.
A ação espiritual das falanges de Ismael congregadas aos esforços dos elevados espíritos que reconstruíram as energias portuguesas, intensificavam-se cada vez mais no coração das duas pátrias irmãs.
Em 1703, Portugal assina o tratado de Methuen com a Inglaterra, esta tinha a maior armada depois dos feitos portugueses, espanhóis e holandeses, e amontoaria todo o ouro do Brasil, como maior fornecedora de Portugal e suas colônias. Financeiramente o Brasil era, uma de suas fontes de riqueza, pois todas as reservas escoavam-se para os cofres ingleses. Esta providência foi tomada pelo mundo espiritual para evitar novos choques de ambição na Pátria do Evangelho. Esse tratado era ruinoso para a industria portuguesa, mas nos interesses internacionais, esses acordos se faziam necessários. A Inglaterra guardaria o tesouro terreno, enquanto Portugal guardaria o tesouro imperecível dos corações eternizados o patrimônio das suas tradições e das suas esperanças, no tempo e no espaço.
O rio de janeiro, sobre saía sobre as demais cidades do Brasil, ao lado das águas claras do rio Carioca, onde os Tamoios encontravam sagradas virtudes para a beleza de suas mulheres e para a voz dos seus cantores, erguia-se o casario imenso dos morros para as praias.
Aí sob o Céu azul os governantes podiam tranquilamente dar os seus expedientes e padres rezavam beatificamente, entre as paredes do Convento de Santo Antonio. A sociedade tratava de apreender as regras do bem viver e civilidade através dos livros encomendados do reino.
Ao entardecer os cuidados eram de acender os oratórios nas esquinas, que iluminavam, a concentração dos transeuntes retardatários, que tinham receio das ruas ermas da Metrópole, a partir das oito horas não se encontrava mais ninguém nas ruelas, a não ser em noite de gala, em que o governador aparecia pessoalmente nas festas populares, em que utilizavam elementos precisos para a iluminação para o regresso a sua casa.
O rio da época e também as cidades de Portugal, não primavam pela higiene e limpeza. O Esgoto era carregado pelos escravos em potes de barro sobre a cabeça que erma depositados em grandes valas mal cheirosas, como os antigos igarapés que ainda existiam no início do século nas regiões Norte e Nordeste.
Alguns forasteiros, levavam uma mal impressão do Brasil, cheio de espanto da imundice. Porém, o mais o mais doloroso era o mercado de escravos, como do Valaongo, onde os miseráveis esperavam pelos seus compradores. Neste local encontravam-se os representantes da Guiné, da Cabinda e de Benguela, eram separados dos pais, das mães, dos irmãos sem humanidade, mas como amaldiçoados descendentes de Caim. Até bem pouco tempo, via-se ainda em Luanda, a cadeira de pedra em que os bispos abençoavam os navios negreiros que partiam dessa região africana, abençoando estes infelizes para que fizessem uma boa viagem sem causar prejuízos para os mercadores e com isso tivessem grande lucratividade quando chegassem aos portos de destinos.
Ismael, com auxílio do mundo invisível, consegue harmonizar lentamente os interesses espirituais de quantos se haviam estabelecidos Na Pátria do Cruzeiro, sob a sua inspiração, a Igreja torna-se protetora necessária de mentalidade infantil da época. Os templos da colônia abrem-se para todos os infelizes e tristes. Organizam-se festanças periódicas, missas e procissão de fé, bem como folganças profanas, como os da “Serração da Velha”.
Os mensageiros do espaço se fazem mais fortemente junto dos senhores, amenizando a situação amargurada dos míseros cativos. Sob as influências indiretas, organizam-se correntes de filantropia, do mais elevado alcance. A fraternidade surge espontaneamente no seio da da população das cidades brasileiras. O hábito de apadrinhar os negros faltosos, ou fugitivos, nunca é desrespeitado pelo Senhor. Em 1700, confirma-se por lei o direito de propriedade aos escravos, e o costume de ceder um ou dois dias aos trabalhos dos cativos. O movimento de libertação dos filhos dos escravos nascidos no Brasil, era levado efeito na pia batismal. Formavam-se associação de negros por todo o Brasil, para as suas festas de saudades das paisagens africanas, eram numerosas, com permissão de todas as autoridades. Os festejos originais do Rei do Congo se levam a efeito com brilho e expensas dos senhores.
A Igreja, no Brasil, abre o seu culto a São Benedito e a Nossa Senhora do Rosário, tornando-se refúgio de doce consolação para os pobres africanos. As Igrejas possuíram seus pretos, que eram bem tratados e não poderiam ser vendidos. Nas fazendas, agrupavam-se eles em famílias, que eram declaradas em testamentos dos proprietários. Todos os hábitos de época, dão testemunhos da liberdade brasileira, nunca uma emancipação foi impedida por lei, como em outras nações. A filantropia dos brasileiros cedo começou com o movimento abolicionista, a prova da profunda assistência espiritual que acompanhava essas ações na Pátria do Evangelho é que nunca teve o Brasil um código negro, a maneira da França e da Inglaterra. E a verdade espiritual, que paira acima das considerações de todos os historiadores, é que Ismael preparou aqui a oficina da fraternidade, onde os negros incompreendidos vinham erguer a Pátria de sua descendência. O sofrimento impostos pelos escravocratas impiedosos, seus prantos e sacrifícios iam florescer ao tênue das bênçãos do Céu, na terra do Evangelho, clarificando-lhes, mais tarde, os caminhos, quando seus corações resignados e sofredores se dilatassem, na alma fraterna dos filhos e dos netos.
Fonte: Livro “BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO”, - autor espiritual “HUMBERTO DE CAMPOS” - psicografia Francisco C. Xavier, - Editora FEB - Rio de Janeiro, RJ.
RHEDAM.(rhedam#gmail.com)
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