INCONFIDÊNCIA MINEIRA.
No livro “BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO EVANGELHO”, o autor espiritual HUMBERTO DE CAMPOS, através da psicografia do médium FRANCISCO CANDIDO XAVIER, nos relata a seguinte passagem espiritual, histórica, sobre a INCONFIDÊNCIA MINEIRA.
Morre D. José I, e ascende ao trono D. Maria I, a piedosa, cuja autoridade fica afeta a todas as responsabilidades do trono, naqueles tempos em que um sopro de vida nova mudava todas as disposições políticas e sócias do velho mundo.
No seu reinado, o pais sente esvaírem-se as forças poderosas e caminha com rapidez para decadência e a ruína. Porém, as notáveis influência de um Martinho de Melo ou de Um Duque de Lafões, seria mais desastroso ainda o seu reinado, devido ao fanatismo do seu tempo as opiniões dos seus confessores.
Neste tempo o Brasil sofria o máximo de vexames com o problema de sua liberdade. A Capitania de Minas Gerais, criada com o auxílio dos paulistas, era o maior centro de riquezas da colônia, com suas minas inesgotáveis de ouro diamantes a sede de tesouros edificará Vila Rica nos cumes enevoados e frios das montanhas, reunindo-se ali uma plêiade de poetas e escritores, que sentiram de perto as humilhações de Portugal,à Pátria que nascia. Lá sentia-se mais que em outros lugares a tirania e o despotismo. O clero, a magistratura, o fisco e os ambiciosos ai estabelecidos, apossaram-se de todas as possibilidades econômicas. Os padres queriam todo o ouro de Minas para a construção de suas Igrejas suntuosas, os magistrados achavam necessário enriquecer-se, antes de regressarem a Portugal, os fiscais executavam todas as determinações da corte de Lisboa, onde os parasitas da nobreza sugavam pensões extraordinárias e fabulosas. Numerosos estudantes brasileiros, que voltavam da Europa saturados dos conhecimentos filosóficos de Rousseau. A independência dos E. U. A. e a constituição democrática da colônia, encontram-se quadros dolorosos da miséria do povo, esmagado pelos impostos. Os trabalhadores arruinados pelo malogro da minerações, não conseguiram suportar por tempo semelhantes vexames. Em Minas, uma elite de brasileiros considera gravíssimas situação intelectuais sentem-se compenetrados na maioria da Pátria, que ao seu ver pode cuidar dos seus próprios destinos.
Iniciaram-se os esboços da conspiração.Depois de algumas conversações em Vila Rica, participavam entre outros, Inácio de Alvarenga, Joaquim José da silva Xavier, Claudio Manuel da costa, Tomás Antonio Gonzaga, em que tomaram as primeiras providências, a infiltração de idéias de liberdade, ocorreu através de todos os elementos representativos da capitania. José Joaquim da Maia, vai a Europa sondar o pensamento de Jeferson, o embaixador dos E. U. A.,em Paris, e conquistar a simpatia dos brasileiros espalhados pelo velho mundo, para o movimento libertador. Os conspiradores mandam a São Paulo e a Pernambuco, os dois centros mais importantes da colônia, outros apaixonados pela emancipação para conquistar a adesão de ambos ao movimento. Nem Joaquim Maia conseguiu o apoio de Jeferson, que apenas se interessou moralmente pelo projeto, e nem os enviados as duas capitanias conseguiram conquistar o apoio formal, para articular o movimento revolucionário. Pernambuco estava refazendo suas economias após lutas de Recife e Olinda, e São Paulo estava desiludido após a guerra dos emboabas, vitima de traição Minas continua sem esmorecer.
Os intelectuais mineiros, embriagados por seu entusiasmo de liberdade política, dentro dos seus triunfos literários, porém sem lograres afastados da vida prática não descansavam. Idealizaram a república, organizaram seus símbolos multiplicavam suas idéias libertadoras, mas, no momento psicológico da ação, os delatores tendo a frente Silvério dos Reis, português de Leiria, levaram o plano ao Visconde de Barbacena, então Governador de Minas Gerais. Este age com prudência, para sufocar a rebelião, informa o Vice-Rei Luis de Vasconcelos, e pede para prender Tiradentes no Rio de Janeiro, e ao mesmo tempo prende todos os conspiradores de Vila Rica, primeiro avisou seus amigos, simpatizantes da conjuração, sob as providências que iria tomar, para não serem implicados. Terminado o processo todos os chefes são condenados a morte. Relata-nos a história, que aqueles onze homens andrajosos e desesperados, após estarem separados por três anos incomunicáveis, nos presídios da época, com grande pavor, encontraram-se na sala do Oratório para ouvirem suas sentenças. O desembargador Francisco Alves da Rocha, fez a leitura da peça condenatória durante duas horas. Os infelizes, depois de conhecerem os termos do documento, passaram as mais dolorosas e recíprocas recriminações. Apresentaram os mais tristes quadro de fraqueza moral, por aqueles corações desiludidos e desamparados, mas no dia seguinte a sentença foi modificada. D. Maria I, trocou a pena de morte pela condenação perpétua em solo africano, menos para Tiradentes este teria que morrer na forca, seu corpo esquartejado, exemplo, para que não ocorrerem novas traições à coroa portuguesa.
O mártir da inconfidência mineira, após apreciação, angustiante, a defecção dos companheiros, reveste-se de extremo heroísmo. O seu coração sente uma sincera alegria, que somente ele passaria por tal cruel expiação, já que seus irmãos de ideal, continuariam na posse do sagrado tesouro da vida. Ismael e suas falanges cercam a sua alma forte e leal, inundando-a de santas consolações.
Tiradentes entrega seu corpo a Deus, no dia 21 de abril de 1792, no campo de Lampadosa, nos suplícios da forca. Arrepia-se a multidão nesse instante.
Neste momento Ismael, recebia em seus braços carinhosos e fraternais a alma edificada do mártir.
- Irmão querido - dizia ele - resgatas hoje os delitos que cometestes com inquisidor no passado. Redimiste o pretérito obscuro e criminoso, com as lágrimas do teu sacrifício em favor da Pátria do Evangelho de Jesus. Serás um símbolo, para a posteridade, com teu heroísmo resignado nos sofrimentos purificadores. Surge como novo gênio para espargir bênçãos sobre a Terra do Cruzeiro, em todos os séculos futuros. Regozija-te no senhor, os teus sonhos de liberdade, pois cada um será julgado conforme as suas obras. Se o Brasil, se aproxima de sua maior idade como nação, ao influxo do amor divino, será o próprio Portugal que trará, até ele, todos os elementos de emancipação política, sem o êxito incerto das revoluções feitas a custa do sangue fraterno, para multiplicar órfãos e as viúvas na face sombria da Terra.
Desenhou-se no espaço um sulco luminoso, formado pelas entidades superiores que vieram acompanhar o espírito iluminado do mártir, que não contemplou o esquartejamento.
Passaram alguns dias, a piedosa rainha portuguesa enlouquecida, ferida de morte na sua consciência pelos remorsos que a dilaceravam, e consoantes as profecias de Ismael, daí a alguns anos era o próprio Portugal que vinha trazer com D. João VI, a Independência do Brasil, sem o êxito das revoluções fratricidas, causadoras de sofrimentos das criaturas, dilaceradas pelas provações e pelas dores, entre as pesadas sombrias da vida terrestre.
Fonte: Livro “BRASIL CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO”, - autor espiritual “HUMBERTO DE CAMPOS” - psicografia Francisco C. Xavier, - Editora FEB - Rio de Janeiro, RJ.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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