Hoje em dia vivemos situações que nos levam a pensar em dificuldade para vivermos bem, no local a onde estamos localizados no Planeta. Na realidade é nossa essa responsabilidade das dificuldades que enfrentamos por interferência dos sentimentos errados com relação às necessidades pessoais e ou os objetivos de vida.
O pós guerra, no século passado, devido à necessidade dá época, os tecnocratas desenvolveram uma ciência de mercado em que facilita o suprimento das pessoas e famílias, mas, também criaram um desejo de um modo geral de possuir, de aquisição de bens e consumo muitas vezes desnecessário para elas.
Com isso obrigaram certas pessoas buscarem sonhos irreais de bens materiais esquecendo-se de viverem bem suas vidas. Com essa atitude, muitos desenvolveram dentro de si o sentimento da “inveja”, pois, se os outros têm também posso ter.
Essa tecnologia criou um sentimento nas pessoas, que podemos chamar de modismo, se todos têm, usam, ou fazem, eu também posso, pois, sou semelhante, isto tudo sem avaliarem as conseqüências dos seus atos.
A mídia contribui muito para desenvolverem dessas falsas imagens nessas pessoas criando situações inusitadas. Eu quero o melhor? Eu mereço o melhor? Eu posso usufruir o melhor? As minhas condições pessoais diante da sociedade me permitem tudo o que quero?
Nada dessas inquirições eram feitas antes deles tomarem suas decisões. A louca busca pelo consumismo material, fez com muitos esquecessem os princípio ético-morais de uma vida saudável em sociedade.
Nessa ânsia de conquistas fúteis, esqueceram-se de si, preocupados com o que chamamos de “Status”, mostrar-se muitas vezes o que não são. Vivendo uma fantasia que mais ou menos tempo as reações negativas dessas ações se tornariam realidade.
O desejo de ser o que não é começou a provocar desgastes psíquicos, vícios de comportamento que a cada dia avançavam sem ter uma atitude de contenção, conforme agiam faziam levedar os seus compromissos de toda ordem sem se importarem com o que estavam experimentando.
Quando a realidade se apresenta, vem o desespero, querem encontrar fórmulas milagrosas para se safarem da situação em que vivem, fazem de tudo, simpatia, benzedura, promessas, voltam-se para jogos, a procura do ganho de dinheiro fácil. Porém, nada resolve, fogem da verdade, não querem encará-la, a dizerem eu sou o responsável pelo que estou vivendo.
Transformam-se em vítimas de si mesmo, procuram álibis para desfazerem o “minha culpa”, julgam-se desamparados da proteção Divina, querem transferir responsabilidade ao Deus Supremo, Essência de Bondade e Sabedoria, porém, nesse momento esquecem de que quando fizeram suas escolhas não consultaram a Deus para verificarem se elas eram certas ou erradas.
Sofrem uma pressão externa de outros, interna da sua consciência, do seu orgulho, do egoísmo antes praticado, começando a debilitar-se física, emocional, mental e espiritual, caem em uma pressão de consciência profunda, muitas vezes diagnosticada pela medicina como depressão, perdem a vontade de viver, querem sumir por vários motivos, o principal e muito pouco aceito por eles, é que a sua realidade de vida era outra e não aquela que demonstrava ser. Vergonha dos convivas habituais, que socialmente conhecemos por amigos, alguns vivendo do mesmo modo.
Diante dessas situações procuram recurso médico-psicológico, vão querer tratar do efeito com medicamentos e sessões de partilhas dos fatos que nada mais são que os efeitos não previstos, proveniente de causa anterior irresponsável, impensada.
O momento da verdade sempre chega, muitos tentam antecipar a mudança de dimensão de suas vidas para fugirem de si própria, com isso, acarretam maior sofrimento a si e àqueles que O amam.
Para ele era a Era do ter, do possuir, esqueceram de ser.
Neste momento crucial para o seu orgulho ferido pelas frustrações e derrotas pessoais diante de circunstâncias da vida, tenta voltar no tempo, isso é impossível, porém, se aceitarem a situação com humildade, podem dar um basta, parar, repensar, e ir à busca das oportunidades perdidas de viver bem.
A dor, física, emocional, comportamental e espiritual, apresentam individuais ou todas elas associadas, fazem de cada um, um réu consciente. A partir daí conhecendo-se melhor e reaprendendo com as situações vividas, começam a caminhar do ponto que pensam ser de partida, mas, nada mais não é do ponto que deixaram suas vidas estacionadas.
Ao abrirem os seus olhos, observam que deixaram para trás muitas oportunidades de levarem uma boa vida. Na hora da introspecção descobriram que possuir felicidade, a qual traduzimos por falsos momentos de alegria para que eles fossem notados por quem observassem, era uma fantasia íntima que lhe sugeriria poder, glória, status. E agora, quando foram obrigados a descer desse pedestal de sonhos irrisórios e voltarem à realidade, viram o seu castelo desmoronando, pois, foi mal construído em cima de dores, angústias, mágoas de outras pessoas que lhe emprestavam confiança, respeito e carinho.
Hoje se tornaram mendigos de aplausos, os quais antes só existiam, pois, ele alimentava através hipocrisia dos outros.
Decidem mudar.
De agora em diante eu quero aprender a ser, um ser senciente, ativo, amável e amado, alegre e feliz com a minha situação e local a onde vivo na existência. Observando a alegria dos pássaros que cantam após as tempestades, empregando esforços como fazem as lagartas de belíssimas borboletas para saírem do casulo, o desabrochar de uma semente que foi plantada na terra preparada que fica a espera do momento certo para eclodir e vir à superfície, recebendo sol, chuva, ventos e nem por isso deixa de viver.
Tudo isso e muito mais, me mostra a simplicidade da vida, da Natureza na sua essência, pois, existe algo Superior que comanda a tudo e a todos, inclusive a mim. Quantos partiram e viveram nobremente cumprindo sua missão sem serem reconhecidos. Fizeram o que puderam que sabe não tenham feito o que lhes era devido. Mas viveram simples, ou simplesmente viveram com simplicidade.
Aqui podemos lembrar a lenda do “Rei” que não tinha filhos e queria que o seu sucessor fosse o homem mais feliz do reinado. Enviou mensageira a procura de tal homem, anos a fio, mas a procura foi em vão. Certo dia recostado no parapeito de sua janela observou um andarilho deitado à sombra do seu castelo, enviou um guarda a perguntá-lo se era um homem feliz. Para sua surpresa ouviu uma resposta positiva.
Trouxeram-no a sua presença e o rei informou àquele cidadão que após a sua morte ele seria o novo rei.
O homem em questão respondeu que não queria, pois, como rei não poderia deitar a sombra do seu castelo, não poderia ir as matas ouvir os rouxinóis a cantar, nem observar os saltos dos peixes que viviam nos lagos e canais do castelo, se ele o aceitasse deixaria de ser feliz, pois, não teria tempo para viver com simplicidade, como ele sempre viveu.
O Rei não teve argumentos para persuadi-lo, esse era um homem verdadeiramente feliz, pois tinha uma vida simples, de bem com a Natureza.
Quantas e quantas vezes pensamos, há se eu tivesse isso, faria aquilo e muito mais, é errôneo pensar assim, devemos fazer dentro das nossas possibilidades fazer o bem indistintamente, pois assim estaremos girando a roda da eterna felicidade. Quando formos presentear a alguém, antes de dar uma jóia de brilhante por ostentação, ofereçamos a ela uma simples for da azedinha do campo, simples com as suas quatro pétalas. Singela, meiga, frágil levemente rosada como uma criança recém nascida, quem sabe terá maior valor para uma pessoa que sabe expressar sua simplicidade pela sua sensibilidade.
Viver simples é viver a vida aceitando como ela se apresenta, dia após dia.
Dr. Humberto.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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