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domingo, 30 de outubro de 2011

- ESTUDANDO O LIVRO DOS MÉDIUS.- QUESTÃO No. 160 E SEGUINTES.

                                      "MÉDIUM".

               Estudando o Livro dos Médiuns, na sua segunda parte, no Capítulo XIV, a questão nº 160 e seguintes, Allan Kardec nos diz; " Todas pessoas que sente, em grau qualquer, a influência dos Espíritos, por isso mesmo, é médium. Esta faculdade é inerente ao homem e, por conseqüência, não é privilégio exclusivo; também são poucos nos quais não se encontrem alguns rudimentos dela. Pode-se, pois, dizer que todo mundo é, mais ou menos, médium. Todavia, usualmente, esta qualificação não se aplica senão àqueles nos quais a faculdade medianímica está nitidamente caracterizada, e se traduz por efeitos patentes de uma certa intensidade, o que depende, pois, de um organismo mais ou menos sensível. De outra parte, deve-se anotar que esta faculdade não se revela em todos do mesmo modo; os médiuns têm, geralmente, uma aptidão tal ou tal ordem de fenômenos, o que resulta tantas variedades quantas sejam as espécies de manifestações. As principais são: os médiuns de efeitos físicos, os médiuns sensitivos ou impressionáveis, audientes, falantes, videntes, sonâmbulos, curadores, pneumatógrafos, escreventes ou psicógrafos.

            Nas questões 160 e seguintes do Livro dos Médiuns, Allan Kardec, explica os tipos de mediunidade das pessoas com base nas manifestações apresentadas através das suas faculdades.
            Os médiuns de efeitos físicos são aqueles que apresentam aptidão a produzirem fenômenos materiais, tais como os movimentos dos corpos inertes, os ruídos, etc. São médiuns facultativos ou médiuns involuntários.
             Os médiuns facultativos são aqueles que têm consciência do seu poder e que produzem fenômenos espíritas por ato da sua vontade. Essa faculdade é inerente ao homem, apresenta um grau variável em cada um, é pequeno o número de pessoas que não a possuem, ou seja nula, também é reduzidíssimo, muito raro o número de médiuns que apresentam essa faculdade aptos a suspenderem corpos pesados no espaço, a translação aérea, sobre tudo, as aparições. Os mais simples efeitos são os da rotação de um objeto, das pancadas pelo levantamento desse objeto ou na sua própria substância. Não devemos ligar uma importância capital a esses fenômenos e nem negligenciá-los, podem dar lugar a observações interessantes e ajudar a convicção. Essa faculdade é rara naqueles que têm meios mais perfeitos de comunicação, como a escrita ou a palavra. Geralmente a faculdade diminui num sentido, à medida que se desenvolve em outro.
             Os médiuns involuntários ou naturais são aqueles cuja influência se exerce com o seu desconhecimento. Não têm nenhuma consciência do seu poder e, freqüentemente, o que se passa de anormal ao seu redor não lhes parece em nada extraordinário; isso faz parte deles mesmos, absolutamente como as pessoas dotadas da segunda vista e que dela não suspeitam. Devemos observar muito bem esses fatos que chegam ao nosso conhecimento, recolher todas as informações possíveis e estudá-los, manifestam-se em todas as idades, e, freqüentemente em crianças muito jovens.
              Os médiuns sensitivos ou impressionáveis, assim se designam as pessoas suscetíveis de sentirem a presença dos espíritos por uma vaga impressão, uma espécie de roçadura sobre todos os membros, da qual não podem se dar conta. Esta variedade não tem uma característica bem definido; todos os médiuns são necessariamente impressionáveis e a impressionabilidade, assim, é antes uma qualidade geral do que especial: é a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras; difere da impressionabilidade puramente física e nervosa, com a qual é preciso não confundi-la; porque há pessoas que não têm nervos delicados e que sentem mais ou menos o efeito da presença dos Espíritos, da mesma forma que há outras muito irritáveis que não se sentem, absolutamente.
Esta faculdade se desenvolve pelo hábito, e pode adquirir tal sutileza que aquele que dela está dotado reconhece, na impressão que sente, não só a natureza boa ou má do Espírito que está aos eu lado, mas também sua individualidade, como um cego reconhece, por um certo não sei quê, aproximação de tal ou tal pessoa; torna-se, com relação aos Espíritos, um verdadeiro sensitivo. Um bom Espírito tem sempre uma impressão doce e agradável; a de um mau Espírito, ao contrário, é penosa, ansiosa e desagradável; há como um cheiro de impureza.
                Os médiuns audientes ouvem a voz dos Espíritos; como dissemos, falando da pneumotofonia, algumas vezes é uma voz íntima que se faz ouvir no foro interior; de outras vezes é uma voz exterior, clara e distinta como a de uma pessoa viva. Os médiuns audientes podem, assim, entrar em conversação com os Espíritos. Quando têm o hábito de se comunicarem com certos Espíritos, os reconhecem imediatamente pelo caráter da voz. Quando não se está por si mesmo dotado desta faculdade, pode-se igualmente se comunicar com um Espírito, por intermédio de um médium audiente que ocupe a função de interprete.
Esta faculdade é muito agradável quando o médium só ouve os bons Espíritos, ou somente aqueles que chama; isso não ocorre quando o médium ouve um mau Espírito que sempre esta junto dele e se faz ouvir a cada minuto, as coisas mais desagradáveis e, algumas vezes, as mais inconvenientes. Será preciso, pois, deles se desembaraçar pelos meios indicados no tratamento da Obsessão.
               Os médiuns falantes com muita freqüência não ouvem nada do que falam; neles o Espírito atua sobre os órgãos da palavra, como atua sobre a mão dos médiuns escreventes. O Espírito, querendo se comunicar, serve-se do órgão no qual encontra mais flexibilidade do médium; de um empresta a mão, de outro a palavra, de um terceiro o ouvido. O médium falante se exprime geralmente sem ter consciência do que diz, e, freqüentemente, diz coisa completamente fora de suas idéias habituais, de seus conhecimentos e mesmo do alcance de sua inteligência. Embora esteja perfeitamente desperto e num estado normal, raramente conserva a lembrança do que disse; em suma, a palavra é nele um instrumento do qual se serve o Espírito, e com o qual uma pessoa estranha pode entrar em comunicação, como pode fazê-lo por intermédio do médium audiente.
                A passividade de um médium falante não é sempre bastante completa; há os que têm a intuição do que dizem no próprio momento em que pronunciam as palavras.
               Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Há os que gozam dessa faculdade no estado normal, quando estão perfeitamente despertos, e dela conservam uma lembrança exata; outros não a têm senão no estado sonambúlico ou próximo do sonambulismo. Esta faculdade raramente é permanente e é, quase sempre, o efeito de uma crise momentânea e passageira. Nesta categoria estão colocadas todas as pessoas dotadas da segunda vista. A possibilidade de ver um Espírito em um sonho resulta, sem contradita, de uma espécie de mediunidade, mas não constitui, propriamente falando, os médiuns videntes.
O médium vidente acredita ver pelos olhos, como os dotados da segunda vista; mas, na realidade é a alma quem vê, e essa é a razão pela qual vêem tão bem com os olhos fechados como com os olhos abertos; de onde se segue que um cego pode ver os Espíritos como aquele que tem a vista intacta. Os Espíritos que foram cegos nos disseram que, em sua vida, tinham pela alma a percepção de certos objetos, e que não estavam mergulhados numa obscuridade negra.
             Os médiuns sonâmbulos, ou seja aquelas que pessoas que apresentam o fenômeno do sonambulismo, podem ser consideradas como uma variedade medianímica, ou melhor dizendo, são duas ordens de fenômenos que, com muita freqüência, se encontram reunidas. O sonâmbulo atua sob a influência de seu próprio Espírito; é a sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe fora dos limites dos sentidos; o que ele exprime, haure em si mesmo; suas idéias são, em geral, mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos mais extensos, porque a sua alma é livre; em uma palavra, vive por antecipação a vida dos Espíritos. O médium, ao contrário, é instrumento de uma inteligência estranha; ele é passivo e o que diz não vem de si. Em resumo, o sonâmbulo exprime seu próprio pensamento, e o médium o pensamento de um outro. Mas, o Espírito que se comunica através de um médium comum, pode muito bem fazê-lo por sonâmbulo; freqüentemente, o mesmo estado de emancipação da alma, durante o sonambulismo, torna essa comunicação mais fácil. Muitos sonâmbulos vêem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta precisão como os médiuns videntes; podem conversar com eles e nos transmitir seus pensamentos; o que dizem fora do círculo do seus conhecimentos pessoais lhe é freqüentemente sugerido por outros Espíritos.
             A lucidez sonambúlica é uma faculdade que se prende ao organismo e que é totalmente independente da elevação, do adiantamento e mesmo do estado moral do indivíduo. Um Sonâmbulo pode, pois, ser muito lúcido e ser incapaz de resolver certas questões, se seu Espírito é pouco avançado. Aquele que fala por si mesmo pode, pois, dizer coisas boas ou más, justas ou falsas, por mais ou menos delicadezas e escrúpulo em seus procedimentos, segundo o grau de elevação ou de inferioridade do seu Espírito; é então que a assistência de um Espírito estranho pode suprir a sua insuficiência; mas um sonâmbulo pode ser assistido por um Espírito mentiroso, leviano, ou mesmo mau, tão bem quanto os médiuns; é aqui sobretudo que as qualidades morais têm uma grande influência para atrair os bons Espíritos.
              Os médiuns curadores esse gênero de mediunidade consiste principalmente no dom que certas pessoas têm de curar pelo simples toque, pelo olhar, por um gesto mesmo, sem o socorro de nenhuma medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso não é outra coisa do que o magnetismo. É evidente que o fluido magnético desempenha um grande papel; mas, quando se examina este fenômeno com cuidado, pode-se reconhecer sem esforço que há alguma coisa a mais. A magnetização comum é um verdadeiro tratamento continuado, regular e metódico; aqui as coisas se passam muito diferentemente. Todos os magnetizadores estão mais ou menos aptos a curar, se sabem portar-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea, e alguns a possuem mesmo sem jamais ter ouvido falar do magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que constitui a mediunidade, torna-se evidente em certas circunstâncias, sobretudo quando se considera que a maioria das pessoas que se pode, com a razão, qualificar de médiuns curadores, recorre à prece, que é uma verdadeira evocação.
              Os médiuns pneumatógrafos são médiuns aptos a obterem a escrita direta, o que não é dado a todos os médiuns escreventes. Essa faculdade, até o presente, é muito rara; se desenvolve provavelmente pelo exercício; mas, como já dissemos, sua utilidade prática se limita a uma constatação patente de intervenção de uma potência oculta nas manifestações. Só a experiência pode fazer conhecer se a possui; pode-se pois, experimentar e também se pode perguntar a um Espírito protetor por outros meios de comunicação. Segundo a maior ou menor potência do médium, obtêm-se simples traços, sinais, letras, palavras, frases e mesmo páginas inteiras. Basta ordinariamente colocar uma folha de papel dobrada em um lugar qualquer, ou designado pelo Espírito, durante dez minutos ou um quarto de hora, algumas vezes mais. A prece e o recolhimento são condições essenciais; por isso, pode-se esperar como impossível a obtenção de alguma coisa em uma reunião de pessoas pouco sérias, ou que não estivessem animadas de sentimentos simpáticos e benevolentes.

                Fonte: Livro: "O LIVRO DOS MÉDIUNS". - ALLAN KARDEC. - EDIÇÃO IDE.



                                                           RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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