Passado alguns dias, eu estava sentado no banco de uma praça muito ampla, linda, arborizada, pessoas passeando, crianças correndo, brincando de bola, de pega-pega, meninas saltando amarelinha, outras no parquinho, jardins floridos e gramados, compenetrado no que via, fiquei com o meu pensamento absorto, quando me vi estava sentado num amontoado de troncos no mesmo lugar em que estive com o Monge.
Pensei, como vim parar aqui. Bem porque me preocupar, agora que aqui estou, não importa como cheguei até aqui. Basta ter paciência e esperar, logo ele deverá aparecer.
Passados alguns minutos, ouvi alguém assoviando uma música de origem oriental, que me envolvia com muito apreço, elevando-me em êxtase.
O som afinadíssimo me transportava para um outro lugar, sem qualquer esforço de resistência, me deparei em um local maravilhoso, um jardim gramado com caminhos e trilhas ladrilhados com pedras que conforme batia a luminosidade sobre elas faziam os brilhar.
Intuitivamente caminhei pela esquerda, mais a frente vi uma meia esfera não consegui imaginar o tamanho do seu circulo, parecia-me que com um diâmetro maior que cinqüenta metros.
Aos poucos via esferas, retângulos, objetos em forma de uma gota a brilharem dentro daquela meia lua, nas mais variadas cores, algumas delas eu não conhecia o seu matiz, fui me aproximando a chegar mais perto, vi-me diante de um imenso tesouro.
Eram pedras preciosas, tenho certeza que jamais foram vistas aqui no nosso Planeta. Extasiando com tanto brilho e beleza, aquietei-me e observava os mínimos detalhes, reparei que elas caiam do teto.
Pensei será uma fábrica de jóias maravilhosas? Ao terminar o meu pensamento ouvi uma voz que me respondeu:
- Não. Não é uma fábrica de jóias. É um depósito de tesouros.
Como estava só, sem estar atento assustei-me. Ao virar-me, me deparei com ele, o Monge, sorridente, disse-me:
- Estou feliz em vê-lo Menino.
- Respondi: - Eu também Senhor.
- Olha, isso que estás a observar é um dos milhões de depósitos de tesouros que existem no Universo. Nesses lugares guardam-se os verdadeiros tesouros da humanidade, ninguém compra, ninguém consegue roubá-los.
Curioso, indaguei.
- Mas quem os trás até aqui?
- Está não é a indagação correta. Pergunte, quem os manda para cá?
- Diga-me Senhor, quem os manda para cá?
- Os seres humanos, homens e mulheres nas suas mais variadas culturas e evolução de sentimentos. Aqui cada ser humano forma uma reserva própria neste tesouro para o futuro. Quando eles se sentirem necessitados em ocasiões em que algo desagradável lhe aconteça, eles vem até este lugar buscar a qualidade e quantidade necessária desse tesouro para suprir a sua falta.
- Mas como enviam esses tesouros até este cofre de cristal?
- Através do éter cósmico, do fluido Universal. Quando as pessoas emitem pensamentos virtuosos, eles se transformam nestes tesouros e se transportam até este lugar.
- Essas gemas preciosas são as virtudes praticadas pelos seres humanos na Terra.
- Bem creio que cada um deve ter enviado pelo menos uma dessas jóias preciosa.
- Quem sabe? Você quantos enviou? Aqui chegam os bons pensamento que idealizamos e as virtudes que praticamos. Cada cor de uma pedra dessas jóias, representa um tipo de pensamento criado e de uma virtude realizada.
- Senhor, veja que maravilha, parecem estarem envolvidos por uma tênue nevoa de perfume, uma beleza que nos encanta.
- Está nevoa é a substância mental enviada por cada individuo que envolve esses tesouros de virtudes. Depois de um certo tempo elas voltam para quem as transmitiu. Veja como elas variam em tamanho, peso, tipo, essa variação se dá conforme o tempo de duração e a verdadeira intenção do emissor
Extasiado disse-lhe: - Que forma maravilha de produzirmos tesouros subjetivos de rara beleza para florir as nossas vidas e as nossas almas. Podemos realizar tal feito a qualquer hora do dia ou da noite, para isto basta possuirmos boa vontade e dedicação de nos tornarmos melhores.
- Sim. É muito bonito. Porém, os tesouros são todos produzidos pelos efeitos das nossas atitudes de justiça, do amor e da caridade.
Pensando em tudo o que tinha visto e aprendido fiquei absorto. Ele prontamente me avisou, estão te chamando, virei para trás e que surpresa, estava na mesma praça, no mesmo banco com a cabeça recostada, um zelador ou guarda da praça me chamava. Ele estava preocupado, já era inicio da noite e eu havia ficando mais de cinco horas naquele local e naquela posição.
Desta minha passagem pelo jardim das virtudes tomei conhecimento de que todo o bem que espero no amanhã, depende exclusivamente de mim.
Dr. Humberto.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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