CARMINE MIRABELLI
(Carlo
Mirabelli ou
Carlos Mirabelli)
1889
– 1951
Nasce
em Botucatu,
SP, em 2 de janeiro de 1889 e desencarnou
também em São Paulo ,
SP, em 30 de abril de 1951, foi um médium
de efeitos físicos brasileiro.
Filho primogênito de
Luigi Mirabelli, um pastor protestante italiano e de Christina Scaccioto Mirabelli.
O casal teve um outro filho, uma menina, Tereza Mirabelli Eugenio, nascida em1891.
Em poucos anos, entretanto, a mãe viria a falecer, fato de que Carmine viria a
se ressentir, e que se acreditava que teria aumentado a sua sensibilidade.
Fez os seus primeiros
estudos no Grupo Escolar Cardoso de Almeida, em Botucatu, no Colégio
São Luiz, em Itu, e no Colégio Cristóvão Colombo, em São Paulo. Nesta
fase, certa feita, impressionou muito os seus professores e colegas ao
dissertar sobre o tema "Evolução e Involução" em perfeito latim,
embora não tivesse conhecimento do idioma.
Em 22 de fevereiro de 1914,
logo após a morte de seu pai, mergulhando a família em sérias dificuldades
financeiras, Carmine ficou doente, aflorando uma extraordinária paranormalidade.
Embora não fosse espiritualista, alegava ver os espíritos dos pais, de um tio,
de sua sogra e de uma filha.
Naquele mesmo ano,
empregado da Companhia de Calçados Villaça, foi colhido de surpresa por
estranhos fenômenos, hoje classificados como “poltergeist”. Apenas na sua presença,
com freqüência, sapatos saltavam por si mesmos das prateleiras ou moviam-se
como se fossem animados. Carmine não compreendia porque isso acontecia, mas
muitos clientes assustados atribuíam os fenômenos ao “diabo”. Mirabelli foi
acusado por populares de estar “possuído’ pelo “demônio”, tendo sido vítima de
agressões nas ruas. A sua casa chegou a ser apedrejada por fanáticos religiosos.
Em consequência desses
fenômenos chegou a ser internado por dezenove dias no Asilo de Alienados do
Juqueri, tendo sido constatado pelos Drs. Francisco Franco da Rocha e Felipe Ache
que o paranormal tinha uma “energia nervosa” acima do normal. Com a ajuda de
pesquisadores renomados dos fenômenos psíquicos, como o médico Dr. Alberto de
Melo Seabra, Mirabelli se conscientizou da importância de seus dons psíquicos e
decidiu se submeter a sessões espíritas experimentais.
Carmine Mirabelli podia
manifestar uma ampla gama de fenômenos, entre os quais a levitação, materialização
e desmaterialização de objetos. Acredita-se que muitos deles resultavam de suas
próprias forças psíquicas, sem o envolvimento de entidades espirituais. Mas
também é sabido que Mirabelli conhecia alguns truques simples de prestidigitação.
Embora na juventude o
médium não conseguisse controlar os fenômenos - objetos voavam ao seu redor,
atingindo-o e aos circunstantes em muitas ocasiões - quando ficou mais velho
conseguia refrear o fluxo de suas energias psicobiofísicas, reduzindo os
riscos.
Em 1916, a imprensa de São
Paulo voltou a sua atenção para os estranhos feitos do "Homem
Misterioso". Em uma série de reportagens, com ampla repercussão popular,
destacaram-se o Correio Paulistano (em defesa dos fenômenos) e A Gazeta (contra).
Mirabelli fundou o Centro
Espírita São Luiz, em 25 de agosto de 1917.
Mirabelli atravessou
quatro casamentos: com Carmem Guerreiro, tiveram dois filhos, Diva Cristina
Mirabelli e Luiz Mirabelli; com Edméa de Paiva Magalhães, não tiveram filhos; com
Maria do Carmo Pinto Pacca, tiveram Regene Pacca Mirabelli; e com a Prof. Amélia
Loureiro, tiveram César Augusto Mirabelli.
O médium foi encarcerado
várias vezes acusado de exercício ilegal da Medicina, furto e também por
perseguições políticas, mas mesmo detido, envolvia as pessoas com seus dons e
sua generosidade. Era considerado muito eloqüente e comunicativo, apreciava a
natureza e gostava de fumar charutos e cachimbos.
Mirabelli era portador de
diabetes. Por muitos anos, só conseguiu dormir em quartos iluminados, uma vez
que temia a ocorrência de fenômenos desagradáveis enquanto dormia.
Por certa fase de sua
vida Mirabelli chegou a cobrar por seus serviços mediúnicos, desagradando aos espíritas.
Entretanto, Mirabelli não perdeu os seus dons com o avançar da idade. Existem
relatos de que os seus fenômenos foram observados até 1950, poucos meses antes
de sua morte.
Faleceu vítima de
acidente de trânsito, por atropelamento. Conduzido ao Hospital das Clínicas de
São Paulo, veio a falecer sendo atestada a fratura do seu crânio como "causa-mortis".
O corpo foi sepultado na tarde de 1º de maio de 1951 na campa 155 da quadra 27,
no Cemitério São Paulo.
O periódico O Estado de
São Paulo, em 18 de maio de 1916 cobriu a materialização, pelo médium, do
espírito do ex-bispo da Diocese de São Paulo, D. José de Camargo Barros, em
sessão ocorrida na cidade de Santos. Estiveram presentes médicos e oficiais da Força
Pública de São Paulo.
O Vanguarda, de fevereiro
de 1933, abordou a materialização, pelo médium, do espírito de São Francisco de
Assis.
Outras materializações
que chamaram a atenção à época, foram as dos espíritos de Giuseppe Parini e de Harun
al-Rashid.
Fonte: GRANDES GIGANTES
DA DOUTRINA ESPÍRITA. – INTENET.
RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)
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