O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
LIVRO SEGUNDO.
CAPÍTULO. XI.
OS TRÊS REINOS.
OS ANIMAIS E O HOMEM.
Questão. Nº. 593. – Pode-se dizer que os animais não agem senão por instinto?
- Isso é ainda um sistema. É verdade que domina o instinto, na maioria dos animais, mas não vês que agem com uma vontade determinada? É da inteligência, embora limitada.
Além do instinto, não se pode denegar a certos animais atos combinados que denotam uma vontade de agir com sentido determinado e segundo as circunstâncias. Há portanto, neles, uma espécie de inteligência, cujo exercício é mais exclusivamente concentrado sobre os meios de satisfazerem suas necessidades físicas e proverem à sua conservação. Entre eles, nenhuma criação, nenhuma melhora,. Qualquer que seja a arte que admiremos em seus trabalhos, aquilo que faziam outrora o fazem hoje, nem melhor, nem pior, segundo formas e proporções constantes e variáveis. O filhote, isolado dos demais da sua espécie, por causa disso não deixa de construir seu ninho com o mesmo modelo, sem ter recebido nenhum ensinamento. Se alguns são suscetíveis de uma certa educação, seu desenvolvimento intelectual, sempre fechado em limites estreitos, é devido à ação do homem sobre uma natureza flexível, porque não tem nenhum progresso que lhe seja próprio. Esse progresso é efêmero e puramente individual, porque o animal, entregue a si mesmo, não tarda a retornar para os limites estreitos traçados pela natureza.
Fonte: “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” - Allan Kardec - 54a. Edição - Editora LAKE - São Paulo, SP - 1994.
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