EVOLUÇÃO DO
INSTINTO SEXUAL.
FASES EVOLUTIVAS
DO INSTINTO SEXUAL.
Vejamos um pequeno comentário de cada uma das
fases evolutivas do instinto sexual.
DESEJO
É a forte atração do instinto sexual entre o
homem e a mulher, sem a existência da afeição.
O desejo sexual é a força de atração única,
unindo as criaturas, como no mundo animal.
Passado este impulso de atração, mediante a
satisfação dos instintos sexuais, há o afastamento natural no relacionamento do
casal.
POSSE
É a união sexual entre o homem e a mulher, onde
o desejo já está acrescido da afetividade. Essa afeição apresenta o amor exclusivista,
o amor egoísta, o amor possessivo. O parceiro ou a parceira quer, a todo custo,
vigiar, exigir, dominar e aprisionar a si mesmo, dentro de seus caprichos, a
pessoa amada. É aqui que surgem o ciúme, a tirania e as exigências do coração
desorientado. Em virtude da pobreza moral das criaturas humanas, é muito
difícil abandonar esta fase sombria da afeição doentia.
“No Mundo Maior” nos apresenta as dificuldades
que se manifestam nesta fase: “Muito poucas atravessam a província da
posse sem duelos cruéis com os monstros do egoísmo e do ciúme, aos quais se
entregam desvairadamente”
SIMPATIA
É a permuta de afeição sincera, profunda e
permanente entre duas almas. E a afinidade de idéias, sentimentos e ideais de
almas que se atraem e se combinam. Há uma alegria interior de depositar
confiança na criatura eleita do seu coração.
Simpatia é o resultado da afeição trabalhada
nos milênios. Muitas almas plantam mais simpatia do que o outro parceiro ou
parceira, em virtude de sua noção de responsabilidade afetiva, sua sinceridade
de coração e virtudes já conquistadas. A simpatia constrói o amor-amizade, que
é o alicerce de toda união conjugal. André Luiz nos explica os elementos
básicos da amizade verdadeira na união matrimonial:
“A amizade pura é
a verdadeira garantia da ventura conjugal. Sem os alicerces da comunhão
fraterna e do respeito mútuo, o casamento cedo se transformará em pesada algema
de forçados do cárcere social.”
CARINHO
Desdobra o seu sentimento amoroso e sincero,
com toda a ternura, delicadeza, cuidados, zelo e respeito com a pessoa amada,
não somente quanto ás necessidades físicas, mas principalmente quanto às da
alma.
O carinho verdadeiro alcança muito mais o
Espírito do que o corpo físico da criatura amada. A personagem Lívia, de
elevada condição espiritual, em o livro “Ave, Cristo”’ nos fala sobre a pureza
dos sentimentos:
“O afeto, a
confiança e a ternura, a meu ver, devem ser tão espontâneos quanto as águas cristalinas
de um manancial.”
DEVOTAMENTO
Nesta posição de sentimento, o homem ou a
mulher já ultrapassaram os limites confortadores do carinho. Procuram doar o
seu amor, através do esforço constante, não somente nas horas fáceis e alegres,
mas também nos trabalhos, problemas e dificuldades, para levar ao cônjuge e à
equipe doméstica os bens inapreciáveis da alegria, da paz, da boa vontade, do
conforto material e espiritual.
O grande devotamento é o alicerce para a
manifestação inicial da renúncia.
RENÚNCIA
É a afeição santificada, e a alma está
enriquecida pela luz do entendimento.
Sabe ceder em qualquer circunstância, vivendo o
silêncio para dignificar e elevar bem alto o amor e a verdade em Deus.
Nunca espera recompensa.
Entre os espinhos da incompreensão, crueldade e
abandono, vive a alegria interior de cumprir com os seus sagrados deveres, em
obediência à vontade de Deus.
O coração que renuncia cede de si mesmo, para
que a liberdade dos entes queridos não sofra prejuízo de qualquer procedência.
Possui a doce caridade de compreender a criatura amada, não somente a entende
em suas lutas, dificuldades e imperfeições, mas procura ampará-la pelo
desprendimento de seus próprios desejos, percebendo que a alegria, a paz e a
felicidade do cônjuge são o seu próprio bem.
Não dispensa o uso da energia e da firmeza para
se manter nos princípios elevados, dentro dos padrões morais do Evangelho de
Jesus.
O ponto máximo da renúncia é o começo do
sacrifício.
(Trecho inspirado nos livros: “Boa Nova” e “Irmão X” — F. C. Xavier — FEB
— Lição: 12 — Amor e renúncia e “instruções Psicofônicas” — Espíritos Diversos
— F. C. Xavier— FEB — Lição: Renúncia.)
SACRIFÍCIO
O exercício permanente da renúncia divina leva
ao sacrifício da própria vida pela Humanidade.
É a renúncia profunda da alma que coloca todos
os valores do coração a serviço dos semelhantes, para construir a felicidade de
todos.
Seu coração não vive mais para si, não consegue
projetar desejos para si, pois coloca o amor à Humanidade em primeiro lugar.
É incansável nos seus trabalhos, multiplica
suas forças físicas, morais e espirituais, a fim de ser útil sempre.
Tendo tudo para acolher-se ao bem próprio,
procura, acima de tudo, o bem para todos.
É aquela alma que, podendo exigir, não exige,
podendo pedir não pede, podendo complicar em busca de seus justos direitos, não
complica.
Não pára de servir em circunstância alguma.
Transforma a dor da incompreensão das criaturas mais queridas em um cântico de
humildade.
Suas dores já não são dores, pois transubstanciou-as
na doce alegria de servir com DEUS pela alegria dos semelhantes. A maior
manifestação de sacrifício pela Humanidade, em todos os tempos da Terra, é
inegavelmente a personalidade divina de JESUS-CRISTO.
(Trecho inspirado no livro “Religião dos Espíritos” — Emmanuel — F. C.
Xavier — FEB — Lição 79: Abnegação.)
WALTER
BARCELOS.
Fonte: Livro “SEXO E EVOLUÇÃO” - Walter Barcelos - 4a.
Edição - Editora FEB. - Rio de Janeiro, RJ. Setembro 1995.