MEDIUNIDADE E EVANGELHO.
Quando a
mediunidade avança com o Evangelho, toma outra dimensão, harmonizando-se com
ele, na plenitude do seu ideal. O homem ou o Espírito, despertado nos seus
sentimentos mais íntimos, passa a considerar o tempo e os seus próprios valores
e exige de si mesmo o cumprimento das promessas feitas diante de Deus e da
própria consciência. A mediunidade, quando alcança o Evangelho de Jesus,
abre-se em flor, transformando e perfumando onde quer que esteja, educando
todas as suas forças e disciplinando todos os seus impulsos na ordem divina de
amar.
Paulo de Tarso, inspirado em Cristo,
ensina-nos o que devemos fazer para a glória da faculdade mediúnica, deste
modo: I Coríntios, capítulo 12, versículo 31
Eu passo a
mostrar-vos um caminho excelente.
Esse caminho que
o apóstolo nos mostra foi descoberto depois de muitas experiências nas lutas
que travou consigo mesmo. Depois de todas as renúncias feitas na vida, depois
de longos e porfiados sofrimentos, percorrendo muitos lugares e falando a
variados povos, chegou à conclusão que passa a nos contar no capítulo 13,
versículo 1:
Ainda que eu
fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze
que soa, ou como o címbalo que retine. Coloca o homem de Tarso o amor como o
roteiro do discípulo de Jesus, sem que existam outros caminhos, a não ser
aqueles que levam ao mesmo amor. Prossegue em sua fala: E ainda que eu tenha o
dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que eu
tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
Vejamos o que o apóstolo dos gentios quer nos mostrar por estas palavras. Ele
concentra toda a sua atenção para essa virtude singular, querendo dizer-nos,
pela experiência que tivera, que o amor é soberano.
Segue Paulo, a
mostrar aos interessados, pela renovação dos sentimentos, que essa virtude
avança sem barreiras, iluminando sentimentos e abrindo novas perspectivas nos
corações dos que aspiram à tranqüilidade de consciência, continuando, com
segurança:
E ainda que eu distribua
todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo
para ser queimado,se não tiver amor, nada disso me aproveitará. Colocamos essa
lição grandiosa para os médiuns encarnados e desencarnados, para que tudo o que
fizerem, o façam com amor, com maior proveito no trabalho. A lição do apóstolo
prossegue nessa linha de estima à virtude maior: O amor é paciente, é benigno,
o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece. O amigo dos
gentios começa a aprofundar-se no corpo ciclópico do amor e a nos revelar as
suas divisões, dignificando esse atributo divino que buscamos há milênios para
a nossa libertação espiritual. Examina com critério, assim se expressando:
Não
se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não
suspeita mal, não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo sofre, tudo
crê, tudo espera, tudo suporta.
Essas condições
para atingirmos o amor abalam nossas convicções do passado, contrariam quase
todos os nossos ideais humanos, porque
sempre queremos fazer o que nos agrada e
não a vontade d'Aquele que nos sustenta a
todos.
Continuemos a
ouvir mais o pregador destemido do Evangelho: O amor jamais acabará, mas as
profecias passarão, as línguas cessarão, e a ciência será abolida, porque em
parte conhecemos e em parte profetizamos. É de se notar o afeto que Paulo tem
pelo amor. Ele busca nos segredos da própria vida os valores do amor,
mostrando-nos a transitoriedade daquilo que o progresso modifica, eternizando a
essência do coração.
Para
compreendermos melhor a sua dissertação, ele prossegue no mesmo valor
evangélico, assim dizendo: Quando eu era menino, falava como menino, sentia
como menino, pensava como menino. Quando cheguei a ser homem, desisti das
coisas próprias de menino. Quem está acompanhando com atenção o que se refere
ao amor, compreenderá a seqüência dos seus pensamentos no ato de amar,
ensinando-nos como se deve amar. Mais adiante, remata: Porque agora vemos como
em um espelho, obscuramente; mas então, veremos face a face. Agora, conheço em
parte; mas então, conhecerei com perfeição como sou conhecido. Agora, pois,
permanecem a fé, a esperança e o amor, porém,
o maior desses três é o amor. O homem que abriu seus olhos espirituais no caminho
de Damasco via os problemas da humanidade face a face, mas obscuramente, como
os próprios homens o conheciam. Mas depois que ele encontrou o amor na figura
do Cristo e passou a amar, conheceu as necessidades do mundo e começou a ser
conhecido tal como era, na exuberância dessa elevada faculdade. E três caminhos
se abriram, como por encanto, à sua frente, sendo que o maior era o do meio: a
fé e a esperança dos lados e, no centro, alimentando todos os outros, estava o
amor o maior de todos - o sol de todos os sóis da vida. Esse caminho do
apóstolo Paulo deve ser o mesmo do médium que se entregou ao Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo, passando a ser chamado médium do amor, na pureza que podem
e devem chegar os nossos sentimentos convertidos em uma só luz, aquela que se
chama Amor.
Livro: “SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado
por João Nunes Maia, - 12 ª edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG,
- 1998..
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