Mensagens do Mês de Julho Dia: 27
“Cultive
o hábito da oração. A prece é luz na defesa do corpo e da alma”.
André Luiz.
FÉ.
Espírito: HILÁRIO SILVA.
Martim Gouveia, moço ainda,
afeiçoara-se a pilhar residências incautas, subtraindo o que pudesse, sem nunca
ter caído nas mãos das autoridades.
Naquela noite namorara
atentamente uma casa fechada qual se ninguém residisse ali.
Pé-ante-pé galgou o muro do
quintal e forçou a porta dos fundos.
Abriu-a com habilidade, penetrando
na moradia.
Passou pela cozinha e ganhou o
interior.
Procurou uma dos quartos onde
esperava encontrar valores maiores e empurrou, de leve a porta.
Nisso, contudo, ouviu
respiração estertorosa.
Julgando ser alguém que dormia
ressonando, avançou mais ainda.
Admirado, vê então um vulto
que se esparrama num leito.
O intruso leva a mão ao
punhal.
Mas ouve a voz fraca e
entrecortada de um homem deitado que o vislumbra no luscofusco.
O desconhecido alonga os
braços e fala sob forte emoção.
- Oh! Graças a Deus! Você
escutou os meus gemidos, meu filho? Foram os
Espíritos! Você é um enviado
dos Mensageiros Divinos!...
Martim, surpreso, abandona a
idéia da arma.
Adianta-se para o velhinho que
pode agora distinguir sob a luz mortiça do luar através da vidraça.
O ancião repete maravilhado:
- Oh! Graças a Deus! Meu filho
preciso muito de você... Sou paralítico e sem ninguém... Não tenho forças para
gritar... Há muito tempo não recebo visitas.
Você me ouviu!...
Depois de pequena pausa
continuou...
- Busque um remédio... Sinto
muita falta de ar... Leia algo que me conforte...
Para não morrer sozinho...
Você é um enviado dos Espíritos...
E por que o enfermo lhe
estendesse um livro, Martim, condoído, acendeu a luz e dispôs-se a ler,
emocionado...
Era um exemplar de “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”, ensebado de suor e de lágrimas.
O hóspede imprevisto leu e
leu, até Alda madrugada e, desde aquele instante, desistiu de assaltos e
furtos, cuidando do velhinho, administrando-lhe remédio, prestando-lhe assistência
e lendo com ele os livros espíritas da sua predileção.
Após cinco meses, o doente
desencarnou em clima de paz, deixando-lhe a casa e os bens como herança e a
alma renovada pelo exemplo de fé nos Espíritos Bons.
Fonte: IDEAL ESPÍRITA - Autores Diversos - F, C,
Xavier - 8. Edição - Editora CEC - Uberaba.
MG. 1982.
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