INSPIRAÇÃO.
Reunião
pública de 26/9/60. - Questão nº 218
Em qualquer consideração sobre a mediunidade, não te esquives à inspiração,
campo aberto a todos nós e no qual todos podemos construir para o bem, assimilando
o pensamento da Esfera Superior.
Não vale fenômeno sem proveito.
*
Um homem que enxergasse, num vale de cegos, sem diligenciar
qualquer auxilio aos Irmãos privados da luz, não passaria de uma lente
importante, entregue a si mesma.
Aquele que conversasse numa província de mudos, fugindo de prestar-lhes
concurso na reconquista da fala, assemelhar-se-ia tão somente a uma discoteca ambulante.
Quem se locomovesse à vontade, numa terra de paralíticos, negando-lhes
apoio para que readquirissem a herança do movimento, seria para eles uma ave
rara e anormal, agindo em forma humana.
A pessoa que ouvisse, numa ilha de surdos, desertando da
cooperação fraterna para que reaprendessem a escutar, seria apenas uma
registradora de sons.
A criatura que ensinasse lógica e conduta numa colônia de
alienados mentais e não procurasse um meio, ainda que simples, de amparar-lhes o
retorno à razão, estaria, entre eles, como arquivo de máximas inassimiláveis.
*
Não te asseveres incapaz de servir, porque te falte mais ampla
incursão no inabitual.
Recurso psíquico, sem função no bem, é igual à Inteligência
isolada ou ao dinheiro morto, excelentes aglutinantes da vaidade e da sovinice.
De toda ocorrência, observa o préstimo.
E certos de que o pensamento é onda de força viva que nos coloca
em sintonia com os múltiplos reinos do Universo, busquemos a inspiração do bem
para o trabalho do bem que nos compete, conscientes de que as maravilhas
mediúnicas, sem atividade no bem de todos, podem ser admiráveis motivos a
preciosas conversações entre os esbanjadores da palavra, mas, no fundo, são
sempre o exclusivismo de alguém, sem utilidade para ninguém.
Livro: “SEARA DOS MÉDIUNS”, - Emmanuel, - Psicografado
por Francisco Cândido Xavier, - 12 ª edição, - Editora F E B, - Rio de Janeiro,
RJ, - Abril de 2000.
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