ELES
SABEM.
Reunião
pública de 10/10/1960. - Questão nº 279
Quando à frente do companheiro que sofre, determina a verdadeira superioridade
moral, te imagines no lugar dele, a fim de que a tua palavra lhe sirva de
refrigério e lição.
Excetuando as criaturas deliberadamente enfurnadas na ignorância
ou bestializadas no crime, que reclamam a compaixão da Providência Divina,
ninguém se aprisiona em armadilhas do erro, agindo de própria vontade.
Aqui, alguém abraçou a delinquência, admitindo que afeto seja
capricho.
Ali, há quem padeça escárnio na praça pública, por haver
acreditado cegamente naqueles que lhe zombaram da confiança.
*
Perante os que lutam e choram nas consequências das próprias
quedas, sejam encarnados ou desencarnados, arma-te de humildade e entendimento
se aspiras a auxiliar.
Convence-te, sobretudo, de que o necessitado é o primeiro a
conhecer-se.
O doente sabe em que ponto do corpo se lhe encrava a enfermidade e
não aguarda acusações porque se desgoverna nos momentos de crise.
Pede socorro e medicação.
O mutilado sabe que peça lhe falta no carro orgânico e não aguarda
acusações porque exibe forma imperfeita.
Pede auxilio e recurso.
O faminto sabe que tem o estômago torturado e não aguarda
acusações porque se aflige em descontrole.
Pede um prato de pão.
O sedento sabe que carreia consigo o tormento da secura e não
aguarda acusações pelos esgares que mostra.
Pede um copo de água fria.
Assim também, os que tombaram na culpa conhecem, por si mesmos, o labirinto
de sombra em que jazem situados e não aguardam acusações maiores que as da
própria consciência, em se vendo dementados e cegos, humilhados e infelizes.
*
Diante, pois, do irmão que caiu em remorso e rebeldia, azedume ou desespero,
não lhe batas nas chagas.
Se queres efetivamente reajustá-lo, deixa que o teu amor apareça e
lhe tanja as cordas do coração.
Livro: “SEARA DOS MÉDIUNS”, - Emmanuel, - Psicografado
por Francisco Cândido Xavier, - 12 ª edição, - Editora F E B, - Rio de Janeiro,
RJ, - Abril de 2000.
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