Powered By Blogger

quarta-feira, 26 de julho de 2017

- APRENDENDO COM CHICO XAVIER. - N º. 205. - PERFIL BIOGRÁFICO. - UMA VIDA COM AMOR III - UBIRATAN MACHADO.

 CHICO XAVIER POR ELE MESMO.

CHICO XAVIER PERFIL BIOGRÁFICO.

            UMA VIDA COM AMOR III
                                                          
                                                UBIRATAN MACHADO.

                      COM O DIABO NO CORPO.

              (...) “Quero ir embora daqui, mamãe. Só vivo apanhando...”
    A mãe recomendou-lhe paciência.
              “Quem não sofre não aprende lutar”.
              “Minha madrinha diz que estou com o Diabo no corpo...”
            “Não se importe. Tudo passará e, se você tiver paciência, Jesus nos ajudará para ficarmos sempre juntos.”
            Depois desse dia, Chico nunca mais reclamou. E nem chorava. Suportava tudo calado, de olhos secos. Ante essa reação, que considerava ofensiva, dona Rita mudou o refrão; Agora dizia: “Chico é tão cínico que n]ao chora nem mesmo a pescoção>”
            O menino defendia-se dessa acusação com argumento escandaloso. Contava que, toda vez que suportava uma surra sem chorar, via sua mãe. A partir daí, passaram a chamá-lo de menino aluado.
            Dona Rita criava também como filho adotivo um menino chamado Moacir, que nesta época andava lá pelos seus 12 anos de idade. Há muito ele tinha uma imensa ferida pustulenta e crônica na perna. Não havia remédio capaz de fazer sará-la.
            Um dia, dona Rita resolveu recorrer aos préstimos de Ana Batista, uma antiga curandeira da localidade denominada Matuto (hoje Santo Antônio da Barra), nos arredores de Pedro Leopoldo.
            Ana Batista examinou a ferida e, com sua sabença irretorquível, concluiu:
            “Aqui só uma simpatia vai dar resultado.”
            “Como é essa simpatia”, indagou dona Rita.
            Assumindo um ar ainda mais sério, a velha benzedeira ensinou:
            “A ferida precisa ser lambida por uma criança, em jejum, durante três sextas-feiras seguidas.”
            A princípio dona Rita achou a idéia meio absurda.
            Mas logo concordou:
            “Chico serve?”
            “Chico é aquele menino aluado, que mora em sua casa? Serve sim.”
            Esse diálogo ocorreu numa quinta-feira, pela manha. À tarde, Chico já sabia da estranha missão que lhe estava reservada para o dia seguinte. Ao se dirigir à sombra das bananeiras, onde costumava orar, encontrou o Espírito de sua mãe. Chorando, contou-lhe tudo.
            “Você deve obedecer, meu filho”.
            “Então devo lamber a ferida do Moacir?”
            “É melhor lamber feridas do que causar aborrecimentos aos outros. Obedeça à sua madrinha”.
            “E isso vai sarar a ferida do Moacir?”
            “Não, pois não é remédio. Mas seja humilde, meu filho. Se você ajudar a lamber a ferida, nós fazemos o remédio para a cura.”
            No dia seguinte, Chico iniciou a sua repgunante missão.
            “Durante três sextas-feiras seguidas, em jejum, tive que fazer aquela coisa horrível. Fechava os olhos, pedia forças ao Espírito de mamãe e começava a lamber a perna do menino. Foi duro. Na hora, tinha muita raiva da minha língua não ser maior, para com uma lambida só eu resolver o problema e acabar com o suplício. Felizmente a danada da ferida começou a sarar na terceira sexta-feira, e não precisei mais fazer aquilo. E pedi à minha mãe para dar um jeito de ninguém mais ter ferida, pelo menos em Pedro Leopoldo.”
            Quando viu a perna do filho adotivo melhorar, dona Rita, pela primeira vez em dois anos, dirigiu-se a Chico de maneira carinhosa:
            “Muito bem, Chico. Você obedeceu direitinho, Louvado seja Deus!”
            E durante uma semana o menino não apanhou. Mais alguns meses e ele estaria livre da tirania da madrinha.
            “Dona Rita foi minha educadora.”


            Fonte: - “CHICO XAVIER Por Ele Mesmo. – Autores Diversos, - 1 ª. edição, - Editora Martin Claret Ltda, - São Paulo, SP, - Outubro de 1994.

                                   RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

Nenhum comentário:

Postar um comentário