OBRIGAÇÃO PRIMEIRAMENTE.
Reunião pública de 5/9/1960. - Questão
nº 304
Faze da mediunidade o instrumento com que possas desferir, entre
as criaturas irmãs, o teu hino de amor. Entretanto, não lhe situes os acordes
em leilão.
Quanto o Sol, que não negocia com a própria luz, o Espírito não
mercadeja com os próprios sentimentos.
Se a vaidade te exagera o valor, pensa um pouco e reconhecerás que
a vida, junto de ti, pode suscitar a formação de valores novos que te lancem
todas as possibilidades em plena sombra. E quando a ambição busque elevar-te à
galeria de ouro, reflete na agonia mental de todos aqueles que descem da
galeria de ouro para a névoa da morte.
Mediunidade é talento divino nas tuas mãos e a Divina Bondade
nunca se vende.
Se pudéssemos definir Deus, seria licito repetir que Deus é amor e
o amor é trabalho do bem por todas as direções. O trabalho, desse modo, é o
alicerce da existência produtiva, assim como a raiz é o fundamento da árvore.
Se alguém disser que é necessário abandones as tuas tarefas a fim
de que haja virtude no caminho do próximo, enredando-te ao ruído ou à
festividade que a tua presença consiga criar onde estejas, não te esqueças que
o Cristo pagou, em acerba renunciação, a própria fidelidade ao Supremo Senhor,
na prestação de serviço aos homens.
Pregação sem exemplo é cheque sem fundos.
Angaria o teu sustento, com a disciplina da alma e o suor do
rosto, e cede ao intercâmbio espiritual o tempo que lhe possas consagrar por
oferta de ti mesmo.
Não te rendas a ilusões, nem te creias maior.
Além do manancial, corre a fonte; além da fonte, vem o córrego;
além do córrego, desponta o riacho; além do riacho, aparece o rio e, além do
rio, surge o mar.
Primeiro, a obrigação que nos purifique. E, depois da obrigação,
entrega à mediunidade aquilo que lhe possas doar espontaneamente, sem qualquer
tisna de interesse inferior, como sendo a tua quota de esforço puro na obra do
bem geral.
Não importa seja pouco. O maior edifício começa tijolo a tijolo.
Por mais negra a escuridão, fina réstia de luz rompe a força das
trevas.
Livro: “SEARA DOS MÉDIUNS”, - Emmanuel, - Psicografado
por Francisco Cândido Xavier, - 12 ª edição, - Editora F E B, - Rio de Janeiro,
RJ, - Abril de 2000.
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