O LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA
PARTE.
CAPÍTULO XII.
PNEUMATOGRAFIA OU ESCRITA
DIRETA PNEUMATOFONIA.
147. Uma vez que a
possibilidade de escrever sem intermediário representa um dos atributos do
Espírito; uma vez que os Espíritos sempre existiram desde todos os tempos e que
desde todos os tempos se hão produzindo os diversos fenômenos que conhecemos, o
da escrita direta igualmente se há de ter operado na antigüidade, tanto quanto
nos dias atuais. Deste modo é que se pode explicar o aparecimento das três
palavras célebres, na sala do festim de Baltazar. A Idade Média, tão fecunda em
prodígios ocultos, mas que eram abafados por meio das fogueiras, também
conheceu necessariamente a escrita direta, e possível é que, na teoria das modificações
por que os Espíritos podem fazer passar a matéria, teoria que desenvolvemos no
capítulo VIII, se encontre o fundamento da crença na transmutação dos metais.
Todavia, quaisquer que tenham sido os resultados obtidos em
diversas épocas, só depois de vulgarizadas as manifestações espíritas foi que
se tomou a sério a questão da escrita direta. Ao que parece, o primeiro a
torná-la conhecida, estes últimos anos, em Paris, foi o barão de Guldenstubbe,
que publicou sobre o assunto uma obra muito interessante, com grande número de fac
similes das escritas que obteve1. O fenômeno já era conhecido na América, havia
algum tempo. A posição social do Sr.Guldenstubbe, sua independência, a
consideração de que goza nas mais elevadas rodas incontestavelmente afastam toda
suspeita de fraude intencional, porquanto nenhum motivo de interesse havia a
que ele obedecesse. Quando muito, o que se poderia supor, é que fora vítima de
uma ilusão; a isto, porém, um fato responde peremptoriamente: o de haverem
outras pessoas obtido o mesmo fenômeno, cercadas de todas as precauções
necessárias para evitar qualquer embuste e qualquer causa de erro.
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do
Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
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