O LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA
PARTE.
CAPÍTULO XII.
PNEUMATOGRAFIA OU ESCRITA
DIRETA PNEUMATOFONIA.
148.
A escrita direta se obtém, como, em geral, a maior parte das
manifestações espíritas não espontâneas, por:
1 A realidade dos Espíritos e de suas manifestações demonstrada
mediante o fenômeno da escrita direta pelo barão de Guldenstubbe, 1 vol. in-8o,
com 15 estampas e 93 fac-símiles. meio da concentração, da prece e da
evocação. Têm-se produzido em igrejas, sobre túmulos, no sopé de estátuas, ou imagens
de personagens evocadas. Evidente, porém, é que o local nenhuma outra
influência exerce, além da de facultar maior recolhimento espiritual e maior
concentração dos pensamentos; porquanto, provado está que o fenômeno se obtém,
igualmente, sem esses acessórios e nos lugares mais comuns, sobre um simples móvel
caseiro, desde que os que desejam obtê-lo se achem nas devidas condições morais
e que entre esses se encontre quem possua a necessária faculdade mediúnica.
Julgou-se, a princípio, ser preciso colocar-se aqui ou ali um
lápis com o papel. O fato então podia, até certo ponto, explicar-se. É sabido
que os Espíritos produzem o movimento e a deslocação dos objetos; que, algumas
vezes, os tomam e atiram longe. Bem podiam, pois, tomar também do lápis e
servir-se dele para traçar letras. Visto que o impulsionam,utilizando-se da mão
do médium, de uma prancheta, etc., podiam, do mesmo modo, impulsioná-lo
diretamente.
Não tardou, porém, se reconhecesse que o lápis era dispensável,
que bastava um pedaço de papel, dobrado ou não, para que, ao cabo de alguns
minutos, se achassem nele grafadas letras. Aqui, já o fenômeno muda
completamente de aspecto e nos transporta a uma ordem inteiramente nova de
coisas. As letras hão de ter sido traçadas com uma substância qualquer. Ora,
sendo certo que ninguém forneceu ao Espírito essa substância, segue-se que ele
próprio a compôs. Donde a tirou? Esse o problema.
Quem queira reportar-se às explicações dadas no capítulo VIII,
nos 127 e 128, encontrará completa a teoria do fenômeno. Para escrever dessa
maneira, o Espírito não se serve das nossas substâncias, nem dos nossos
instrumentos.
Ele próprio fabrica a matéria e os instrumentos de que há
mister, tirando, para isso, os materiais precisos, do elemento primitivo
universal que, pela ação da sua vontade, sofre as modificações necessárias à
produção do efeito desejado.
Possível lhe é, portanto, fabricar tanto o lápis vermelho, a
tinta de imprimir, a tinta comum, como o lápis preto, ou, até, caracteres
tipográficos bastante resistentes para darem relevo à escrita, conforme temos
tido ensejo de verificar. A filha de um senhor que conhecemos, menina de 12 a
13 anos, obteve páginas e páginas escritas com uma substância análoga ao
pastel.
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do
Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
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