ELUCIDANDO DÚVIDAS DOS JOVENS.
O TEMOR DA MORTE...
Porque o temor da morte nos atemoriza
tanto, se a morte é um fenômeno natural?
Primeiramente,
temos que considerar que o medo da morte é também natural, porque esse medo
pertence aos domínios da Lei de Conservação. É bom que os seres vivos tenha
medo da morte, do contrário não se importando com ela, morreriam com muita
facilidade, porque não fugiriam do perigo e, conseqüentemente, não estaria
preservando suas vidas. O medo é uma
emoção primária: nasce com as pessoas e existe nas mais primitivas
formas de vida, pelo comportamento da fuga diante do perigo. No ser Humano,
todavia, a morte adquiriu uma conotação mais complicada doque para os animais,
uma vez que a imaginação criou quadros tenebrosos e sombrios sobre a vida
futura como, por exemplo, como a existência do diabo e do inferno. Essa concepção
favoreceu o desenvolvimento de um verdadeiro pavor, que se instala na infância,
quando a criança aprende – pelos ensinamentos e pela reação dos adultos – a ver
a morte apenas por esse prisma de sofrimentos eternos e de perda de entes
queridos. No seu livro “PSICOLOGIA DAS RELAÇÕES FAMILIARES”, a psicóloga Ofélia
Boisson Cardoso, afirma: “A religião mal compreendida e, por tanto, mal
ensinada a criança,pode ser considerada como outra fonte de medo.
Aponta-se-lhe, de início, a cólera de Deus, a ira, antes de acenar-lhe com
bondade e compreensão; fsls-se lhe em pecado, enegrecimento da alma, demônios e
infernos, acentua-se, em seu espírito vulnerável, o sentimento de culpa e o
decorrente temor da punição, que é o mais nocivo de todos os medos que o ser
humano pode experimentar” (Grifos da autora). A reação incontida dos adultos diante
da morte de entes queridos acarreta uma profunda impressão no espírito da criança
e, incontinenti, interioriza tais emoções fortes, que acabarão por desenvolver-lhe
uma visão pavorosa e inconformada da morte. De outra feita, a preocupação dos
adultos em afastar as crianças de velórios e enterros – entendendo que elas, não
devem presenciar tais situações – acaba por produzir efeitos contrários, pois
elas ficam mais impressionadas com algo que elas não puderam assistir. Nesses
casos, vemos que o fator educação é importante para formar uma consciência a
respeito do assunto, sem recorrer a excessos. O Espiritismo, por seu turno,
procura tratar a questão da forma natural possível. Além de dar uma visão
otimista da vida, de projetar um futuro além da sepultura sem recorrer aos
extremos do castigo eterno, coloca a morte como um tema que não deve ser
evitado mas, pelo contrário, tratado na vida cotidiana, por fazer parte da
nossa experiência. Sem cercar a morte de mistérios, sem dar-lhe um cunho de
pavor e obscuridade, também não faz apologia da morte, nem a recomenda, nem a
estimula, por quanto mostra que a Vida Terrena precisa ser vivida na sua
plenitude, como necessidade básica e indispensável para a evolução dos
espíritos.
Pergunta
elaborada por: - Miguel Antonio dos Santos –
Cafelândia, SP.
Fonte: Revista
Informação. – No. 188. – Julho de 1992.
RHEDAM.
(mzgcar@gmail.com)
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