HOMEM IMAGEM
DE DEUS?
A Bíblia diz que fomos criados a imagem e
semelhança de Deus. Isso quer dizer que Deus tem um corpo como o nosso ou que
nós somos espíritos como Deus?
O
que a Bíblia diz sobre Deus faz sentido para os povos antigos, que viveram na
época de Moises, cerca de 1200 anos antes de Cristo. Na verdade, Moisés não
estava errado, pois a sua concepção de Deus talvez fosse a mais elevada que um
homem de sua época poderia alcançar, haja visto que os hebreus, - povo no qual
pertencia- são os primeiros povos a ter uma religião monoteísta (religião que
acreditava na existência de um Deus único). O tempo, no entanto, passou e, com
o tempo, a humanidade evolui com o desenvolvimento das idéias em todos os
campos do pensamento humano. O pensamento religioso não poderia permanecer à
margem do progresso. Deveria acompanhar obrigatoriamente o progresso da
Filosofia e da Ciência, para atender as exigências dos novos tempo. Por isso
mesmo, o Espiritismo, percebendo essa flagrante defasagem, assumiu o papel de
restaurador dos princípios e das concepções religiosas, como afirma Allan
Kardec, procurando estabelecer uma integração do pensamento das diversas áreas do
saber humano (Ciência, Filosofia e Religião). Isso levou Allan Kardec a
estabelecer o seguinte princípio: “O caráter
de todas as religiões esta conforme a idéia que elas dão de Deus”. Para o
Espiritismo Deus não pode ser um homem ou uma pessoas como nós, porque se assim
fosse não poderia ser Deus, uma vez que somos seres relativos, em mudança, em
desenvolvimento, enquanto que Deus é perfeito, absoluto. A idéia que se faz de
Deus depende do conhecimento que se tem da vida; ela não varia apenas de
religião para religião, mas também de individuo para individuo. A religião hebraica,
ao estabelecer que “Deus nos criou à sua imagem e semelhança”, pretendia fazer
uma diferenciação das muitas religiões que vigoravam na época, a maioria das
quais cultuando deuses que tinham figura de animais. Os hebreus concebiam Deus
como um homem e assim queriam que fosse; dessa forma, era fundamental que um
dos primeiros cuidados a tomar fosse identificar o homem com Deus, para que não
pairasse dúvida quanto a questão de superioridade da sua divindade em relação
aos outros povos. De nossa parte, por
sermos seres imperfeitos, relativos, limitados, reconhecemos nossa total
incompetência para afirmar como é Deus, sentimo-nos, assim, como o cego de
nascença que se atreve a descrever como é a luz,. De qualquer maneira,
remetemos ao leitor a “LIVRO DOS ESPÍRITOS“, de Allan Kardec, questão de 1 a
16, para um estudo atento das idéias ali contidas (V. CONCEPÇÃO EXISTENCIAL DE
DEUS“, J. Herculano Pires; “DEUS É O ABSURDO”, Luciano dos Anjos).
Fonte: Revista
Informação. – No. 188. – Julho de 1992.
RHEDAM.
(mzgcar@gmail.com)
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