EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO XXVIII.
Aos anjos guardiães e aos
Espíritos protetores
Todos temos, ligado a nós, desde o nosso nascimento, um Espírito bom,
que nos tomou sob a sua proteção. Desempenha, junto de nós, a missão de um pai
para com seu filho: a de nos conduzir pelo caminho do bem e do progresso,
através das provações da vida. Sente-se feliz, quando correspondemos à sua
solicitude; sofre, quando nos vê sucumbir.
Seu nome pouco importa, pois bem pode dar-se que não tenha nome conhecido
na Terra. Invocamo-lo, então, como nosso anjo guardião, nosso bom gênio.
Podemos mesmo invocá-lo sob o nome de qualquer Espírito superior, que mais viva
e particular simpatia nos inspire.
Além do anjo guardião, que é sempre um Espírito superior, temos Espíritos
protetores que, embora menos elevados, não são menos bons e magnânimos.
Contamo-los entre amigos ou parentes, ou, até, entre pessoas que não conhecemos
na existência atual. Eles nos assistem com seus conselhos e, não raro,
intervindo nos atos da nossa vida.
Espíritos simpáticos são os que se nos ligam por uma certa
analogia de gostos e pendores. Podem ser bons ou maus, conforme a natureza das inclinações
nossas que os atraiam.
Os Espíritos sedutores se esforçam por nos afastar das veredas do bem,
sugerindo-nos maus pensamentos. Aproveitam-se de todas as nossas fraquezas,
como de outras tantas portas abertas, que lhes facultam acesso à nossa alma.
Alguns há que se nos aferram, como a uma presa, mas que se afastam,
reconhecendo-se impotentes para lutar contra a nossa vontade. Deus, em
nosso anjo guardião, nos deu um guia principal e superior e, nos Espíritos
protetores e familiares, guias secundários. Fora erro, porém, acreditarmos que forçosamente,
temos um mau gênio ao nosso lado, para contrabalançar as boas influências que
sobre nós se exerçam. Os maus Espíritos acorrem voluntariamente, desde
que achem meio de assumir predomínio sobre nós, ou pela nossa fraqueza, ou pela
negligência que ponhamos em seguir as inspirações dos bons Espíritos. Somos
nós, portanto, que os atraímos. Resulta desse fato que jamais nos encontramos
privados da assistência dos bons Espíritos e que de nós depende o afastamento
dos maus.
Sendo, por suas imperfeições, a causa primária das misérias que o
afligem, o homem é, as mais das vezes, o seu próprio mau gênio. (Cap. V, item
4.)
A prece aos anjos guardiães e aos Espíritos protetores deve ter
por objeto solicitar-lhes a intercessão junto de Deus, pedir-lhes a força de
resistir às más sugestões e que nos assistam nas contingências da vida.
– Espíritos bem-amados, anjos guardiães que, com a permissão de Deus,
pela sua infinita misericórdia, velais sobre os homens, sede nossos protetores
nas provas da vida terrena. Dai-nos força, coragem e resignação; inspirai-nos
tudo o que é bom, detende-nos no declive do mal; que a vossa bondosa influência
nos penetre a alma; fazei sintamos que um amigo devotado está ao nosso lado,
que vê os nossos sofrimentos e partilha das nossas alegrias.
E tu, meu bom anjo, não me abandones. Necessito de toda a tua
proteção, para suportar com fé e amor as provas que praza a Deus enviar-me.
Assim
Seja.
Nota:
A prece aos anjos guardiães e aos Espíritos protetores
deve ter por objetivo solicitar sua intervenção junto a Deus, para pedir-lhes
força para resistir às más sugestões e sua assistência nas necessidades da
vida.
Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XXVIII.
-Allan Kardec 3a. Edição - Editora Petit - São Paulo, SP - 2000.
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