BILHETES.
Se
tens o leve agasalho
Do
santo colar da crença,
Exemplifica o trabalho
Sem
cuidar da recompensa.
Não
peças aprovação
Do
mundo pobre e enganado,
Recorda
o que o mundo vão
É
grande necessitado.
Vais
procurar a ventura?
Toma
cuidado: os caminhos.
São
crivados de amargura,
Atapetados
de espinhos.
Acalma-te
na aflição,
Modera-te
na alegria,
Não
prenda o coração
Nos
laços da fantasia.
No
concurso de aquisições,
Não
vivas correndo a esmo;
Esquece
as inquietações,
Toma
posse de ti mesmo.
Recorda
que tua vida
É sempre uma grande escola;
Muita
fronte encanecida
É fronte de criançola.
Olha
o monte luminoso,
Que
símbolo socrossanto!...
Quem
desce é riso enganoso
Quem
sobe é suor e pranto.
Não
te aflijas. A bonança
É
flor de sabedoria,
Não
te esqueças que a esperança
É
a bênção de cada dia.
No
impulso que te conduz,
Age
sempre com bondade,
Todo
esforço com Jesus
É
vida na eternidade.
BELMIRO BRAGA.
Nasceu
a 7 de janeiro de 1870, em Juiz de Fora, Minas, e ai desencarnou em 1937.
Iniciou-se na vida comercial e foi, depois, notário público. Poeta,
comediógrafo e jornalista nato. Popularizou-se, sobretudo, pela singeleza e
espontaneidade da sua musa. Era membro realce da Academia Mineira de Letras, da
qual foi um dos fundadores. Chamaram-lhe – “Rouxinol Mineiro”.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO – Autores Diversos -
Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
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