IX
– A FINALIDADE DA COMUNICAÇÃO.
“Qual
é o objetivo dos Espíritos que vêm com uma boa intenção?”
“Consolar
as pessoas que os lamentam; provar que existem e que estão perto de vós; dar
conselhos e, algumas vezes, reclamar assistência para eles mesmos”. – (O Livro
dos Médiuns – Segunda Parte – Cap. VI)
Os
Espíritos formam a Humanidade descarnada e habitam o mundo que lhes é próprio.
Homens
e mulheres desencarnados, eles não se desvinculam, pela morte, daqueles que
deixaram na Terra.
Embora
continuem vivendo em outra dimensão, a maioria sabe que deverá tornar ao corpo
de carne, porque, segundo a afirmativa evangélica, “tudo que desligarem na
Terra será desligado no Céu”.
A reencarnação
é portanto, indispensável ao progresso dos espíritos. Em contato com a matéria
densa é que se lhes desenvolvem as potencialidades latentes, porque o corpo está
para o Espírito como a terra está para a semente...
Colaborar
com os homens é, para nós, os desencarnados, muito mais que uma tarefa de amor.
É investir em nosso próprio futuro. Tanto a Terra quanto o Mundo espiritual são,
ao mesmo tempo, um campo de causas e efeitos. O que semeamos, na condição de
desencarnados, é o que colhemos, quando reencarnamos, e vice versa.
Trabalhar
por um mundo melhor hoje é criar condições mais favoráveis para o nosso retorno
ao berço, amanha.
Como
evoluímos em grupo, herdamos de nós mesmos e daqueles que se nos constituem a
parentela corporal, de vez que nos responsabilizamos pelo tipo de educação que
transmitimos aos nossos descendentes.
Assim
é que um Espírito pode vir a ser avô... de si mesmo, sendo filho de seu próprio
filho. E, conforme a orientação que tiver dado ao filho, assim será orientado.
Muitos
Espíritos trabalham anos e anos, reaproximando desafetos a quem devem auxiliar
na reconciliação, renascendo no meio deles.
A
finalidade da comunicação dos Espíritos que os antecederam na Grande Viagem não
é apenas, portanto, de consolação, embora seja o que habitualmente acontece,
devido, principalmente, à incompreensão dos homens sobre o fenômeno da morte.
Além
de desejarem provar-lhes que estão vivos e dar-lhes bons conselhos, como na parábola
do mendigo leproso Lázaro e o mau rico, os Espíritos que nos comunicamos,
logrando atravessar o abismo que nos separa, aspiramos transmitir-lhes a nossa
experiência, agora que a nossa visão de vida se encontra ampliada.
Por
exemplo, não fosse a iniciativa dos Espíritos Superiores, em cumprimento às
promessas de Jesus com referência ao Consolador, os homens não conheceriam o
Espiritismo!
A
doutrina Espírita é fruto da comunicação dos Espíritos com os homens.
Enquanto
o Cristianismo contou com os seus médiuns, a doutrina cristã permaneceu inalterável,
mas, assim que as portas do intercâmbio mediúnico foram cerradas, os Espíritos
tiveram que silenciar, limitando-se a contatos esporádicos, mesmo porque os médiuns
que lhes escutavam as vozes eram condenados às fogueiras!
De
quando em quando, chegam até nós rumores de que certa facção de espíritas se
mostra contrária aos nossos comunicados e já se falou, inclusive, em extinção
dos trabalhos mediúnicos dedicados à enfermagem espiritual...
Fossem
os homens abandonados à própria sorte, teríamos na Terra de agora um retorno à
Idade Média, quando os Espíritos infelizes, agindo a seu bel prazer,
mergulhavam o mundo em completa escuridão.E chegamos a imaginar se não será o
que desejam novamente...
Se as
reuniões de desobsessão nos Centros Espíritas fossem extintas, ter-se-ia que
aumentar a capacidade dos sanatórios e o número de celas nas penitenciárias!
Se fôssemos
descrever a complexidade do trabalho dos Espíritos junto aos homens, seríamos
igualmente acusados de criar obras de ficção.
E, se
os homens soubessem o que ocorre no Mundo Espiritual no momento do repouso físico,
quando a nosso população se vê consideravelmente aumentada, talvez que não
desejassem abandonar o corpo. No que afirmamos, se baseia o medo inconsciente
que muitos têm da morte, porque receiam o encontro consigo mesmos.
Fonte: Livro Mediunidade e
Doutrina - Odilon Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 1o.
Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP - 1990.
RHEDAM.
(rhedam@gmail.com)
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