ARQUIVOS
ESPIRITUAIS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.
Para
completarmos a transcrição da magnífica exposição do autor Hermínio C. Miranda,
do capítulo um, do seu livro “REENCARNAÇÃO E IMORTALIDADE”, da Editora FEB,
denominado de “ARQUIVOS ESPIRITUAIS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL, vamos completar
o seu estudo, que muito nos elucidou sobre o assunto em questão, ou seja: - “Brasil,
Coração do Mundo, Pátria de Evangelho“.
Hermínio
C. Miranda, nos descreve desse modo:
A
proclamação, no entanto, era apenas o começo da obra gigantesca que se impunha
aos seres encarnados e desencarnados incumbidos da formação da nacionalidade
brasileira. Era preciso, agora, consolidar a obra, dar uma estrutura política
ao país, contornar as tendências separatistas, estabelecer relações
internacionais, criar, enfim, as bases da jovem nação. Foi inestimável, nesse
momento, a experiência e a clarividência do velho Andrada. Ele também voltaria
em outra vida, como Ruy Barbosa, para consolidar a República, como consolidara
o Império. As paixões, porém, estavam exaltadas e curto seria o reinado de D.
Pedro I, que continuava a experimentar a experimentar as pressões da Corte
Portuguesa.
Ismael
sonda o futuro e busca novamente apoio na sabedoria infinita de Jesus. Era
preciso encontrar um espírito sábio, tranquilo e esclarecido para prestar os
serviços de que necessitava a nova Nação. A tarefa é difícil e de imensa
responsabilidade, porque muita coisa no futuro haveria de depender daquele começo
de vida. Jesus manda chamar à sua presença Um espírito muito chegado ao seu:
Longinus. Expõe-lhe o problema e lhe pergunta:
-
Sente-se o teu coração com a necessária fortaleza para cumprir uma grande missão
na Pátria do Evangelho?
Longinus,
mergulhado em “expectativa angustiosa e refletida esperança”, declara-se
disposto a servir e acrescenta:
-
Muitas existências de dor tenho voluntariamente experimentado, para gravar no íntimo
do meu espírito a compreensão do vosso amor infinito, que não pude entender ao
pé da cruz dos vossos martírios no Calvário, em razão dos espinhos da vaidade e
da impenitência, que sufocavam, naquele tempo, a minha alma.
Era,
pois, um companheiro da primeira hora, mas sentia que havia falhado no seu
testemunho e estava ansioso por compor-se perante o Grande Amigo. Está pronto.
Jesus lhe assegura que se a missão for bem cumprida “constituirá a tua última
romagem pelo planeta escura da dor e do esquecimento”. Sem dúvida alguma, a
tarefa é dura, mas o premio é enorme. “a autoridade, como a riqueza - diz lhe o
Cristo -, é um patrimônio terrível para os espíritos inconscientes dos seus
grandes deveres”. Renasceu Longinus a 2 de dezembro de 1825, para um longo
reinado e uma longa existência. Tomou o título de D. Pedro II, mas gostava de
assinar-se apenas Pedro de Alcântara, como qualquer cidadão do seu país.
Assim,
poderia ele sair-se bem do encargo ou falhar. Mas, quem era Longinus? A Britânica
informa que Cassius Longinus viveu entre os anos 213 e 273 da nossa era. Era
retórico e crítico da filosofia. Não se sabe ao certo a origem do nome Cassius
que acrescentou ao nome: supõe-se que o adotou de algum patrono romano. Nasceu,
provavelmente, em Emesa (Homs), na Síria, terra do seu tio Fronto, um retórico.
Estudou em Alexandria com Orígenes, o pagão, e lecionou durante trinta anos em
Atenas. Gozou de enorme reputação pelo seu saber. Porfírio dizia que ele era “o
primeiro dos críticos” e Eunapius chamou-lhe “biblioteca viva e museu ambulante”.
Numa visita ao Oriente, lecionou grego e tornou-se conselheiro de estado de Zenóbia,
rainha de Palmira. Foi graças à sua orientação que Zenóbia articulou a recuperação
da independência de seu país, mas o movimento foi esmagado por Aureliano. Zenóbia,
que seria levada a Roma para a humilhação do desfile no triunfo de Aureliano,
foi resgatada pelo seu Conselheiro. Longinus deixou obra extensa e variada, mas
qual da pouca sobreviveu, Um dos livros a ele atribuído é umas espécies de
manual prático para estudantes: sugestões para inventos, arranjos de frases,
estudos sobre estilo, teste de motorização, etc. como D. Pedro II, fundou o Colégio
Pedro II, sementeiras de homens ilustres há mais de século. Gostava mesmo de ir
lá, às vezes, arguir os alunos, como simples mestre-escola visitante,
reproduzindo inconscientemente seu antigo trabalho de professor na velha e lendária
Atenas.
Seu
reinado foi longo e pacífico. Apenas uma vez deixou-se envolver em conflitos sérios,
com a Argentina e o Paraguai. É, por isso, advertido docemente pelo próprio
Mestre. Após uma prece no seu oratório particular, o Imperador parece adormecer
e em espírito é levado à presença de Jesus, “Que lhe fala como nos maravilhosos
dias da ressurreição, após os martírios indizíveis do Calvário“. O senhor o
adverte com brandura e amor.
- Pedro, guarda atua espada na bainha, pois
quem como ferro fere, com ferro será feridos. A tua indecisão e a tua incerteza
lançaram a Pátria do Evangelho numa sinistra aventura.
Parece
Jesus falando novamente a Pedro, que acaba de decepar a orelha de Malcus...
Para
encerrar, o autor nos elucida a ação da Espiritualidade para que a história se
realize.
É
assim que os poderes espirituais fazem a História, escrevendo-a primeiro na memória
e no coração dos seres que devem, por assim dizer, materializá-la no plano
humano. Há falhas, às vezes, porque os espíritos não são constrangidos; são
convidados. Fica-lhes o livre-arbítrio e, por isso, estão sujeitos a deslize
que podem retardar o programa, mas nunca invalidar o objetivo superior traçado
no mundo espiritual. No Brasil, a tarefa tem sido realizada com inexcedível
carinho e sucesso. O país permaneceu unido na geografia, na língua, nos
costumes, nas tendências de seu povo generoso. As tentativas de assalto
desfechadas pelos poderes estrangeiros sempre encontraram aquela barreira de
luz de que falou o Cristo. As grandes transformações políticas realizam-se
tradicionalmente sem sangue, indicando o seguro poder orientador que tudo
supervisiona e prevê. A grande meta continua a ser a educação do povo,
insistentemente lembrada pelos Guias da nossa nacionalidade. “O maior problema é
o da educação nacional, para que os filhos das outras terras, necessários e
indispensáveis ao progresso econômico da nação, não se sintam dispostos a
reviver, no Brasil, as taras de suas antigas organizações e sim absorvidos no círculo
espiritual do Evangelho, e possam integrar as suas fileiras de fraternidade e
evolução”. É o que diz Humberto na página 235 do seu notável livro. E mais
adiante: “No Brasil a chamada contribuição estrangeira é indispensável; e o único
recurso contra a incursão do elemento nocivo e ameaçador da estabilidade das
instituições brasileiras é a educação ampla do povo, em cujos labores sagrados
deveriam viver todos os programas do bom nacionalismo”.
Temos,
portanto, excelente matéria-prima humana. Não precisamos importar cultura, pois
aqui mesmo estão aqueles que podem e devem e querem criar uma cultura nova,
matriz genial de que outros povos se utilizarão no futuro. As novas estruturas
do pensamento, já planejadas para o Brasil, serão sínteses de conhecimento e
moral, realizando, afinal, o ideal da ciência iluminada pelas doces claridades
do Evangelho de Jesus.
Aqui
finda a última parte do trabalho do autor Hermínio C. Miranda, da filosofia da
História do Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.
Esperamos
que essa contribuição possa elucidar duvidas e acrescentar conhecimentos.
Luz,
Paz e Harmonia Para Todos.
Fonte: Livro “REENCARNAÇÃO E IMORTALIDADE” - Autor
Hermínio C. Miranda - 1 a. Edição - Editora FEB - Rio de Janeiro, RJ - 1976..
RHEDAM.(rhedam@gmail.com)
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