No “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, no Capítulo XV na questão 182, da 18º. edição, abril de 1991, páginas de 196 a 202, do Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
Nos diz o seguinte:
Os médiuns inspirados são todas aquelas pessoas que recebem, seja no estado normal, seja no estado de êxtase, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas idéias preconcebidas, pode ser incluídos na categoria dos médiuns inspirados; como se vê, é uma variedade de mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma potência oculta é ainda bem menos sensível, porque, nos inspirados, é ainda mais difícil distinguir o pensamento próprio do sugerido. O que caracteriza esse último, sobretudo é a espontaneidade. A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam no bem, ou no mal, porém, ela é antes daqueles que nos querem bem, e dos quais, freqüentemente, por erro, não seguimos os conselhos; se aplica a todas as circunstâncias da vida, nas resoluções que devemos tomar; sob este aspecto, pode-se dizer que todo mundo é médium, porque não há pessoa que não tenha seus Espíritos protetores e familiares, que fazem todos os esforços para sugerirem, aos seus protegidos, pensamentos salutares. Se está bem compenetrado desta verdade, mais freqüentemente se recorreria à inspiração do seu anjo de guarda, nos momentos em que não se sabe o que dizer ou o que fazer. Que se invoque, pois, com fervor e confiança, em caso de necessidade e, com muita freqüência, ficar-se-á espantado com as idéias que surgirão como por encantamento, seja que se tenha um partido a tomar, seja que se tenha alguma coisa a compor. Se nenhuma idéia vier, é que precisa esperar. A prova de que a idéia que sobre vem é uma idéia estranha, é que se ela estivesse na mente, dela se seria sempre senhor, e não haveria razão para que não se manifestasse à vontade. Aquele que não é cego, quando quer ver, não tem senão que abrir os olhos para ver; igualmente, aquele que tem idéias, as tem sempre à sua disposição; se não lhe vêm à sua vontade, é porque está obrigado a hauri-las alhures, que não no seu interior.
Pode-se, ainda, incluir nesta categoria, as pessoas que sem estarem dotadas de uma inteligência excepcional, e sem saírem do estado normal, têm relâmpagos de uma lucidez intelectual que lhes dá, momentaneamente, uma facilidade de concepção e elocução, fora do costume, e em certos casos, o pressentimento das coisas futuras. Nesses momentos, que se chamam, justamente, de inspiração, as idéias se derramam, se seguem, se encadeiam, por assim dizer, por elas mesmas e por um impulso involuntário e quase febril; parece-nos que uma inteligência superior vem nos ajudar, e que o nosso espírito se desembaraça de um fardo.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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